O governo federal vai cumprir uma decisão judicial que o obriga a custear o transplante de intestino de Antonio Gleiber Cassiano Júnior, o Juninho (foto), de 15 anos. O anúncio veio após seis meses de batalha judicial. O adolescente sofre da síndrome do intestino curto e está internado no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, há oito meses. A cirurgia, ainda em fase experimental, será realizada em Miami (EUA). A resposta da União foi dada à Justiça na segunda-feira (27), pela Advocacia Geral da União (AGU).
Conforme a liminar, a AGU afirma que o Ministério da Saúde cumprirá a decisão judicial e enviará o o adolescente para o Jackson Memorial Medical, em Miami. Segundo o texto, a transferência está condicionada à apresentação de uma ressonância magnética que comprove a aptidão para o transplante.
Além de entrar na Justiça contra a União, a família de Juninho, que mora em Minas Gerais e vive da colheita de café, lançou uma campanha para arrecadar fundos para o procedimento. Segundo a família, já foram arrecadados mais de R$ 500 mil.
Na liminar, a AGU solicita que a família antecipe um depósito de R$ 300 mil na conta do hospital. A diferença entre o arrecadado pela campanha e as demais despesas médicas e de estadia serão desembolsadas pela União. O transporte aéreo para os Estados Unidos, segundo o governo federal, já está contratado.
Juninho teve 95% do intestino retirado em uma cirurgia em agosto. Desde então, não pode comer. A alimentação é feita por líquidos administrados na veia, a nutrição parenteral.
O pai de Juninho, Antonio Gleiber Cassiano, está em Curitiba desde o início do mês. Ele recebeu a decisão do recuo da União com alento.
“Temos mil pessoas morrendo por falta desse atendimento [transplante de intestino] simplesmente porque o SUS sequer tem em sua tabela a remuneração dos hospitais para o procedimento”, diz o dvogado da família, Claudinei Szymczak.
Segundo o médico Rodrigo Vianna, professor da Universidade de Miami e diretor-geral do Miami Transplant Institute, lá a taxa de sucesso de um procedimento como o que Antonio necessita é superior a 80% . No Brasil, o tratamento ainda é incipiente e as taxas de sucesso são ínfimas.
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