O governo federal propôs ontem reajuste de 15,8%, a ser pago até 2015, a 18 setores do serviço público federal, enquadrados no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e nas carreiras da Previdência, Saúde e Trabalho (PST). As informações são da Agência Brasil.
A informação é da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representou os servidores em reunião, ontem, com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. A proposta foi considerada insatisfatória, mas os líderes sindicais aceitaram debater ajustes na oferta. Uma nova rodada de negociações foi agendada para hoje, às 14 horas.
A proposta feita à Condsef é idêntica às já apresentadas aos técnicos administrativos das universidades federais e aos peritos e delegados da Polícia Federal (PF). Segundo o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, a oferta não atende à pauta de reivindicações dos 18 setores, que reúnem 500 mil trabalhadores do serviço público federal.
Os servidores pleiteavam equiparação com as carreiras contempladas pela lei 12.277 que trata dos rendimentos de engenheiros, arquitetos, economistas e geólogos dentro do funcionalismo. De acordo com Costa, a justificava do governo para não conceder a equalização são as restrições orçamentárias no momento de crise econômica.
Consenso
Costa diz que, apesar da insatisfação com o porcentual, foi alcançado um consenso no sentido de incorporar o reajuste aos vencimentos básicos das carreiras, e não às gratificações. Os sindicalistas também querem uma proposta que contemple separadamente servidores de nível superior, técnicos administrativos e auxiliares em lugar de um aumento linear, como foi proposto. "Essa reunião pelo menos apontou um caminho. A nossa área técnica vai se reunir com os técnicos deles [do Ministério do Planejamento] para buscar uma proposta que fortaleça o vencimento básico.
Polícia Federal cancela ações, mas irá recorrer da decisão do STJ
Folhapress
A federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informou ontem que não fará mais operações-padrão nos aeroportos, portos e fronteiras do país, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibir o procedimento.
A entidade, no entanto, disse que vai recorrer da decisão. "A decisão é questionável. O que é operação-padrão para o ministro? É só o transtorno em aeroportos? Não é uma fiscalização efetiva?", afirma Paulo Paes, diretor de estratégia sindical da Fenapef.
A operação-padrão consiste em uma vistoria detalhada da bagagem e dos documentos dos passageiros, que geralmente é feita por amostragem.
Paes destacou o maior número de apreensões de drogas e munições decorrentes das operações-padrão feitas pela categoria na quinta-feira, cujo balanço final ainda será divulgado, em um dia marcado por transtornos em ao menos 15 aeroportos do país. O STJ determinou uma multa de R$ 200 mil por dia caso haja desrespeito à determinação.
Para a próxima semana, estavam marcadas uma operação-padrão no porto de Santos e nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo. Uma operação apelidada de "Blecaute" estava prevista atingiria portos e aeroportos.
Apesar do fim das operações-padrão, os sindicatos prometem outras manifestações ao longo do período de greve. A decisão vale também para os policiais rodoviários federais.
Paraná
O Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-PR) disse que pretende fazer novas manifestações no Paraná nos próximos dias, apesar da proibição de novas operações-padrão pelo STJ. A entidade disse que realizou durante o dia uma reunião com a Fenapef para decidir como a categoria responderá à decisão judicial.
Mesmo com a ameaça de aplicação de multa, os policiais federais afirmam que não devem se intimidar com a decisão. "O movimento não vai parar por causa disso, vamos ter que levar nossa luta para frente com outras armas", disse o presidente do Sinpef-PR, Fernando Vicentine. Hoje, representantes da Polícia Rodoviária Federal promove uma assembleia para definir os rumos da mobilização.
UEPG inicia paralisação, mas adesão é parcial
Maria Gizele da Silva, da sucursal
O primeiro dia de greve dos docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais, esvaziou ontem o câmpus central, que reúne os cursos da área de Humanas, e alterou parcialmente o cenário do câmpus de Uvaranas, pois os cursos das áreas de Saúde e de Engenharia tiveram aulas normalmente. A coordenação do movimento diz que a adesão foi de 90% e que a greve não tem data para acabar.
No câmpus central havia faixas e cartazes sobre a greve em todos os corredores. Apenas os técnico-administrativos da UEPG e os alunos e professores da Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati) estavam em atividade.
De acordo com mensagem de um projeto de lei, assinada na última quarta-feira pelo governador Beto Richa e que será enviada à Assembleia Legislativa para análise, os docentes das universidades e faculdades estaduais terão um reajuste médio de 31,73%, a partir de outubro, com o plano de equiparação salarial dos professores com o quadro técnico das instituições.
O professor e chefe do departamento de Odontologia, Fábio André dos Santos, que trabalhou ontem, disse que a decisão pela paralisação foi muito rápida. "Houve assembleia num dia e greve no outro", lembra. Ele afirma que as aulas práticas na clínica odontológica não podem parar.
O reitor da UEPG, João Carlos Gomes, lembra que a preocupação é que o movimento não prejudique o andamento do calendário escolar. "Eu e todos os reitores estamos acompanhando as reivindicações dos professores e pensávamos que a situação já estava contornada", afirma. Conforme a presidente do Sinduepg, que representa a categoria, Jeaneth Stefaniak, o comando de greve vai se reunir na Assembleia Legislativa, na próxima semana, para pressionar os parlamentares a votarem a mensagem do governador em regime de urgência. "Só vamos parar a greve quando o projeto estiver aprovado e publicado", enfatizou.
A primeira
A UEPG foi a primeira instituição estadual a entrar em greve neste ano. Na UEM, em Maringá, na Unicentro, em Guarapuava, e na Unioeste, em Cascavel, a paralisação inicia na próxima terça-feira, dia 21, enquanto que a UEL, de Londrina, e a Uenp, dos municípios do Norte Pioneiro, entram em greve no próximo dia 3.
Colaborou Antonio Senkovski