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Negociação

Governo propõe 15,8% de reajuste a grevistas

Fiscais federais foram impedidos de se manifestar em cerimônia que teve a presença da presidente Dilma Rousseff, em Alagoas | Luciana Martins / Agência Estado
Fiscais federais foram impedidos de se manifestar em cerimônia que teve a presença da presidente Dilma Rousseff, em Alagoas (Foto: Luciana Martins / Agência Estado)
Universidade foi a primeira estadual a paralisar atividades |

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Universidade foi a primeira estadual a paralisar atividades

O governo federal propôs ontem reajuste de 15,8%, a ser pago até 2015, a 18 setores do serviço público federal, enquadrados no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e nas carreiras da Previdência, Saúde e Trabalho (PST). As informações são da Agência Brasil.

A informação é da Con­federação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representou os servidores em reunião, ontem, com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. A proposta foi considerada insatisfatória, mas os líderes sindicais aceitaram debater ajustes na oferta. Uma nova rodada de negociações foi agendada para hoje, às 14 horas.

A proposta feita à Condsef é idêntica às já apresentadas aos técnicos administrativos das universidades federais e aos peritos e delegados da Polícia Federal (PF). Segundo o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, a oferta não atende à pauta de reivindicações dos 18 setores, que reúnem 500 mil trabalhadores do serviço público federal.

Os servidores pleiteavam equiparação com as carreiras contempladas pela lei 12.277 – que trata dos rendimentos de engenheiros, arquitetos, economistas e geólogos dentro do funcionalismo. De acordo com Costa, a justificava do governo para não conceder a equalização são as restrições orçamentárias no momento de crise econômica.

Consenso

Costa diz que, apesar da insatisfação com o porcentual, foi alcançado um consenso no sentido de incorporar o reajuste aos vencimentos básicos das carreiras, e não às gratificações. Os sindicalistas também querem uma proposta que contemple separadamente servidores de nível superior, técnicos administrativos e auxiliares – em lugar de um aumento linear, como foi proposto. "Essa reunião pelo menos apontou um caminho. A nossa área técnica vai se reunir com os técnicos deles [do Ministério do Planejamento] para buscar uma proposta que fortaleça o vencimento básico.’’

Polícia Federal cancela ações, mas irá recorrer da decisão do STJ

Folhapress

A federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informou ontem que não fará mais operações-padrão nos aeroportos, portos e fronteiras do país, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibir o procedimento.

A entidade, no entanto, disse que vai recorrer da decisão. "A decisão é questionável. O que é operação-padrão para o ministro? É só o transtorno em aeroportos? Não é uma fiscalização efetiva?", afirma Paulo Paes, diretor de estratégia sindical da Fenapef.

A operação-padrão consiste em uma vistoria detalhada da bagagem e dos documentos dos passageiros, que geralmente é feita por amostragem.

Paes destacou o maior número de apreensões de drogas e munições decorrentes das operações-padrão feitas pela categoria na quinta-feira, cujo balanço final ainda será divulgado, em um dia marcado por transtornos em ao menos 15 aeroportos do país. O STJ determinou uma multa de R$ 200 mil por dia caso haja desrespeito à determinação.

Para a próxima semana, estavam marcadas uma operação-padrão no porto de Santos e nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo. Uma operação apelidada de "Blecaute" estava prevista – atingiria portos e aeroportos.

Apesar do fim das operações-padrão, os sindicatos prometem outras manifestações ao longo do período de greve. A decisão vale também para os policiais rodoviários federais.

Paraná

O Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-PR) disse que pretende fazer novas manifestações no Paraná nos próximos dias, apesar da proibição de novas operações-padrão pelo STJ. A entidade disse que realizou durante o dia uma reunião com a Fenapef para decidir como a categoria responderá à decisão judicial.

Mesmo com a ameaça de aplicação de multa, os policiais federais afirmam que não devem se intimidar com a decisão. "O movimento não vai parar por causa disso, vamos ter que levar nossa luta para frente com outras armas", disse o presidente do Sinpef-PR, Fernando Vicentine. Hoje, representantes da Polícia Rodoviária Federal promove uma assembleia para definir os rumos da mobilização.

UEPG inicia paralisação, mas adesão é parcial

Maria Gizele da Silva, da sucursal

O primeiro dia de greve dos docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais, esvaziou ontem o câmpus central, que reúne os cursos da área de Humanas, e alterou parcialmente o cenário do câmpus de Uvaranas, pois os cursos das áreas de Saúde e de Engenharia tiveram aulas normalmente. A coordenação do movimento diz que a adesão foi de 90% e que a greve não tem data para acabar.

No câmpus central havia faixas e cartazes sobre a greve em todos os corredores. Apenas os técnico-administrativos da UEPG e os alunos e professores da Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati) estavam em atividade.

De acordo com mensagem de um projeto de lei, assinada na última quarta-feira pelo governador Beto Richa e que será enviada à Assembleia Legislativa para análise, os docentes das universidades e faculdades estaduais terão um reajuste médio de 31,73%, a partir de outubro, com o plano de equiparação salarial dos professores com o quadro técnico das instituições.

O professor e chefe do departamento de Odontologia, Fábio André dos Santos, que trabalhou ontem, disse que a decisão pela paralisação foi muito rápida. "Houve assembleia num dia e greve no outro", lembra. Ele afirma que as aulas práticas na clínica odontológica não podem parar.

O reitor da UEPG, João Carlos Gomes, lembra que a preocupação é que o movimento não prejudique o andamento do calendário escolar. "Eu e todos os reitores estamos acompanhando as reivindicações dos professores e pensávamos que a situação já estava contornada", afirma. Conforme a presidente do Sinduepg, que representa a categoria, Jeaneth Stefaniak, o comando de greve vai se reunir na Assembleia Legislativa, na próxima semana, para pressionar os parlamentares a votarem a mensagem do governador em regime de urgência. "Só vamos parar a greve quando o projeto estiver aprovado e publicado", enfatizou.

A primeira

A UEPG foi a primeira instituição estadual a entrar em greve neste ano. Na UEM, em Maringá, na Unicentro, em Guarapuava, e na Unioeste, em Cascavel, a paralisação inicia na próxima terça-feira, dia 21, enquanto que a UEL, de Londrina, e a Uenp, dos municípios do Norte Pioneiro, entram em greve no próximo dia 3.

Colaborou Antonio Senkovski

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