Ponta Grossa O governo do estado puniu quatro servidores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), apontados por uma sindicância interna de participarem do desvio de R$ 1,2 milhão do caixa da instituição. Entre os envolvidos estão funcionários da seção de receita e um ex-servidor da universidade, que teve a aposentadoria suspensa.
As sanções foram propostas pela comissão de processo administrativo da universidade, que apurou as denúncias durante dois anos, e foram totalmente acatadas pelo governo estadual. Gabriel Inácio Kravchychyn e Darci Santos foram demitidos; Nadir Laidane teve a aposentadoria cassada e Mauro Augusto Delabernarda, que sabia das irregularidades e não as denunciou, foi suspenso por 90 dias. Apesar das punições, todos os envolvidos ainda irão responder a inquérito policial. A Polícia Civil ainda investiga o caso.
O ex-reitor da UEPG, Roberto Frederico Merhy, e o vice-reitor da instituição, Ítalo Sérgio Grande, não foram punidos oficialmente. Eles são acusados de terem os seus cursos de pós-graduação pagos irregularmente com dinheiro dos cofres da instituição. No entanto, a comissão interna argumenta que o processo apresentou conclusões equivocadas sobre o assunto e sugeriu a reabertura das investigações. Os servidores punidos já estavam afastados das funções desde o final de 2003, quando a Assembléia Legislativa do estado abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades.
A sindicância interna da UEPG começou a investigar o caso em julho de 2003 e concluiu os trabalhos em agosto do ano passado. Tanto a comissão de processo administrativo quanto a CPI apontaram irregularidades no caixa da universidade e apontaram a participação de Laidane, Kravchychyn e Santos em um esquema que desviou, durante nove meses, entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por semana. Uma das formas de desvio era a troca de cheques no caixa da instituição. Três cheques que foram trocados dessa forma, de R$ 1 mil, R$ 500 e R$ 700, em nome de funcionários da divisão financeira, não foram depositados na conta da instituição.
A CPI também apurou irregularidades no setor de Odontologia. O desvio ocorria por meio de pagamentos realizados à comunidade. Os serviços eram pagos, mas não autenticados. O setor também costumava cobrar por serviços pagos pelo Sistema Único de Saúde. O esquema pode ter funcionado entre 1995 e 1999. A CPI chegou a apontar outras irregularidades na universidade e recomendou o afastamento do reitor Paulo Roberto Godoy, o que não ocorreu.
Todos os envolvidos foram procurados pela reportagem da Gazeta do Povo, mas não foram encontrados ou não retornaram os contatos telefônicos para comentarem o caso.
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