O governo do estado vai tentar negociar uma saída para a crise nas universidades estaduais antes do dia 16 de outubro, data em que os professores têm um indicativo de greve. Responsável pela negociação, a secretária de estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, afirma que o governo tem a preocupação de implantar uma nova política salarial. Porém, diz que acha difícil um reajuste ainda neste ano, por falta de dinheiro em caixa.

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"A esperança é que a gente consiga chegar a um termo satisfatório para todo mundo", afirmou a secretária ontem durante sua visita às regiões Norte e Noroeste do estado. A viagem ao interior foi agendada para que a secretaria assine convênios com universidades, prefeitura e institutos. Os convênios somam R$ 6,8 milhões de investimentos, que sairão do Fundo Paraná.

Lygia afirmou ainda que o governo não tem nada para esconder e disse que o Grupo de Trabalho que representa os servidores está negociando desde o mês passado com a secretaria, podendo inclusive acompanhar o orçamento do estado. O grupo se reúne durante todo o dia de hoje na Universidade Estadual de Maringá (UEM), com a participação de representantes de secretarias estaduais, dos sindicatos e das reitorias das universidades estaduais.

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O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá informou que o grupo trabalha para a implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários dos Docentes, que é uma forma de recomposição e não de reposição salarial. "Estamos fazendo um estudo da viabilidade e do impacto e queremos que o plano seja implantado imediatamente", comentou o presidente do sindicato, Éder Adão Rossato. "Já encaminhamos três propostas na assembléia do dia 21 de agosto e queremos ter a solução até o dia 16 de outubro", diz.

A recomposição é diferente da simples reposição. Repor significa acrescentar aos salários a inflação dos anos anteriores; recompor, por outro lado, exige a reestruturação do plano de cargos e salários baseada na função, titulação e no tempo de serviço dos professores. Os sindicatos querem usar como parâmetros a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e as universidades paulistas.