Ter pista dupla em todas as rodovias do Anel de Integração é a meta ambiciosa que o governo do Paraná pretende apresentar nas negociações para rever os contratos atuais com as seis concessionárias de pedágio. Atualmente, dos 2,5 mil quilômetros do Anel, 1,9 mil são de pista simples. Nos próximos 11 anos do contrato de concessão já está prevista a duplicação de 570 quilômetros de rodovias. Os 1,33 mil quilômetros restantes podem ser transformados em pista dupla, mas representariam investimentos adicionais de, no mínimo, R$ 3 bilhões valor maior do que tudo que já foi investido em novas obras nos últimos 12 anos de concessão. A estimativa mínima de custo para duplicar cada quilômetro é de R$ 2 milhões.
Se a proposta de duplicação de todo o Anel for considerada economicamente inviável uma vez que cada investimento adicional tem reflexo nos valores cobrados de pedágio , a prioridade governamental é duplicar inteiramente a BR-277, que corta o Paraná de Foz do Iguaçu a Paranaguá. Considerada um corredor de escoamento, principalmente da produção agrícola, a rodovia tem 731 quilômetros. Destes, apenas 196 são de pista dupla. Ainda mais prioritária é a duplicação do trecho de 80 quilômetros na BR-277 entre Cascavel e Medianeira, no Oeste do estado. Essa obra já está orçada em R$ 490 milhões em função de vários trechos com viadutos, pontes e trincheiras, excedendo o custo médio estimado por quilômetro.
Atualmente 570 quilômetros são de pista dupla e daqui até o fim do contrato, em 2022, já está prevista a duplicação de outros 570 quilômetros que incluem, por exemplo todos os 236 quilômetros da rodovia do Café no trecho entre Ponta Grossa e Apucarana.
A inclusão de novas obras e a possibilidade de redução nas tarifas de pedágio estão sendo negociadas pelo governo com as concessionárias. Três reuniões já aconteceram desde o início do ano, mas a partir da próxima semana novos encontros estão previstos, desta vez apenas com técnicos e engenheiros. Com o argumento de criar um clima harmonioso para as negociações, governo e concessionárias decidiram suspender por 180 dias a tramitação de 140 ações judiciais. A expectativa é de que ao fim do prazo de seis meses, um acordo técnico tenha sido construído. Assim, os processos judiciais podem ser encerrados ou retomados.