A presidente Dilma Rousseff disse ontem que o governo está fazendo uma reavaliação "uma a uma" das estradas concedidas pelo país e anunciou que os próximos leilões para concessão de rodovias serão "fatiados" – o que significa que o governo não vai mais oferecer dois trechos ao mesmo tempo, como fez na última sexta-feira.

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Em reunião de emergência com os principais responsáveis pelas concessões de infraestrutura, convocada após o fracasso da oferta da BR-262, a presidente foi informada que, com duas rodovias em leilão, as empresas priorizaram uma. "O setor se debruçou na BR-050 e pode ter faltado tempo para analisar devidamente as condições da BR-262", disse o ministro dos Transportes, César Borges, após a reunião.

Agora, de acordo com o ministro, os lotes vão ser separados. Ainda assim, Borges acredita que será possível leiloar tudo ainda neste ano, com exceção da BR-116 em Minas Gerais, que ficaria para o início de 2014.

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Modelo

Dilma afirmou que as empresas não podem querer uma "remuneração elevadíssima" para estradas fáceis de se administrar e disse ainda que existe uma dificuldade de conciliar interesses das empresas, que pretendem obter o máximo de lucro, e dos usuários, que "exigem um pedágio muito baixo". "Quando for prático, concreto e efetivo unir as duas coisas, nós vamos unir. Quando não der para unir as duas coisas, nós vamos fazer obra pública."

A presidente afirmou ainda que "é conto de fadas" fazer concessão sem pagar pedágio e citou vantagens do modelo, como rapidez nas obras e na manutenção. Dilma também negou que esteja sendo feito um processo de "concessão fatiada", por trechos, das estradas e afirmou que o governo apenas está avaliando as características específicas dessas BRs.

"Essas rodovias todas concedidas no passado, antes de 2003, têm uma característica. Foram concedidas com concessão só para administrar a rodovia e fazer manutenção. Não estava previsto nenhum quilômetro de duplicação", disse.