Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Paralisação

Governo rejeita contraproposta e residentes devem manter greve

O Ministério da Educação (MEC) encaminhou nesta sexta-feira (27) à Associação Nacional de Médicos-Residentes (ANMR) a resposta ao pedido de reajuste da bolsa auxílio da categoria em 28,7% imediatamente e mais 10% em setembro de 2011. A comissão que examina o caso, formada por representantes dos ministérios da Saúde e da Educação e dos conselhos municipais e estaduais de Saúde, não aceitou a proposta, apresentada na quinta-feira (26).

O governo reiterou a oferta de aumento de 20% a partir de janeiro de 2011, feita na semana passada. "O referido percentual reflete as possibilidades orçamentárias atuais de cada entidade envolvida no financiamento do sistema e [...] constitui uma quantia expressiva, tendo em vista a estabilidade da economia e os reajustes praticados em todos os demais setores", declararam, em ofício, os membros da comissão.

Na nota, o grupo manteve outras propostas, como a licença-paternidade de cinco dias e a elaboração de projeto de lei que garanta a ampliação do período de licença-maternidade de quatro para seis meses.

O MEC informou que novas negociações dependem do fim da greve, quando um grupo de trabalho deverá discutir formas de melhorar as condições de trabalho dos residentes e avaliar outras possibilidades de reajuste da bolsa auxílio. O grupo será composto por membros da Federação das Santas Casas, de médicos-residentes e da atual comissão governamental, de acordo com a Portaria nº 2.352, publicada em 16 de agosto deste ano no Diário Oficial da União.

O presidente da ANMR, Nívio Moreira Júnior, criticou a atitude do governo e disse que a categoria pretende continuar com a greve. "Tendo em vista que nós mostramos que estamos abertos ao diálogo, achamos que essa posição é uma forma de intransigência. Vou consultar os representantes dos estados, mas em princípio, a greve está mantida", declarou. Ele disse ainda que deve apresentar ao ministério até segunda-feira (30) um pedido formal de negociação.

Iniciada no último dia 17, a greve tem a adesão de 19.800 médicos-residentes, segundo a associação. Além do reajuste na bolsa auxílio, de R$ 1.916,45 para R$ 2.658,11, a categoria reivindica a extensão do auxílio-moradia e auxílio-alimentação a todo o país – os benefícios são concedidos somente em Brasília –, o aumento da licença-maternidade da residente de quatro para seis meses, o adicional por insalubridade e o décimo-terceiro salário.

Paraná

No Paraná, a greve dos médicos-residentes continua e novas manifestações estão programadas para segunda-feira (30). Os estudantes vão se concentrar em frente ao Hospital Evangélico às 9h. Nesta sexta-feira, cerca de 350 pessoas fizeram uma caminhada do Hospital das Clínicas até a Santa Casa, na Praça Rui Barbosa. Segundo a Associação dos Médicos Residentes do Paraná (Amerepar), cerca de 250 dos 700 residentes de Curitiba aderiram à greve.

Durante toda a semana, cerca de 1.200 consultas foram canceladas no Hospital Evangélico por conta da paralisação e as áreas mais afetadas foram ortopedia e oftalmologia, setores com grande demanda por atendimento. No Hospital das Clínicas, 170 dos 276 médicos-residentes estão em greve e alguns ambulatórios registraram atrasos no início da semana. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), instaurou um inquérito civil público na quinta-feira (26) para investigar os efeitos ocasionados pela greve dos médicos-residentes no estado.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.