Saúde
Setor de transplante de medula tem lista para minimizar prejuízos
Angieli Maros, especial para a Gazeta do Povo
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest) protocolou na manhã de ontem, no Ministério Público Federal (MPF) e na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o documento que lista dez servidores técnico-administrativos dispostos a trabalhar no Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) do Hospital de Clínicas da UFPR (HC) para não prejudicar mais os serviços do setor, atingidos pela greve dos servidores que hoje completa 66 dias.
A medida cumpre a resolução firmada em negociação feita na sexta-feira passada durante uma reunião entre a comissão de greve, representantes do MPF e a diretoria do HC, que discutiu a necessidade de regularizar o funcionamento da unidade. Os servidores são enfermeiros e técnicos em enfermagem que não aderiram à greve. O STMO conta com oito leitos em funcionamento, sendo que 15% dos trabalhadores paralisaram seus serviços. Segundo a assessoria do HC, dos profissionais indicados, seis já são do STMO e trabalhariam em contraturno.
Até o fim da semana passada mais de 19 mil consultas e 27 mil exames deixaram de ser realizados em todo o hospital por causa da greve. Os médicos não paralisaram seus serviços.
Ministério Público
A partir de hoje os servidores do Ministério Público Federal no Paraná iniciam greve por prazo indeterminado, acompanhando a deliberação do sindicato nacional da categoria, o Sinasempu. Das 16 unidades, 10 aderiram: Curitiba, Maringá, Paranaguá, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Londrina, Pato Branco, União da Vitória, Campo Mourão e Jacarezinho. Durante a greve, os serviços inadiáveis serão atendidos.
Cerca de 30 manifestantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) invadiram a sala de reuniões do Ministério do Planejamento ontem, em Brasília, e permaneceram no recinto das 16h30 às 21 horas. Por causa da ocupação, a nova rodada de negociações com o funcionalismo público federal, previamente agendada para ocorrer amanhã, foi remarcada para a próxima segunda-feira.
Segundo o diretor da Associação dos Servidores do MDA, Marcius Crispim, o governo sinalizou apresentar uma proposta concreta na nova data. Ele reclamou da postura do governo nas reuniões. "É uma mesa de enrolação para cansar o movimento".
Também as reuniões que o governo teria com representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica foram remarcadas, mas para hoje.
O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que tem ocorrido uma sequência de conversas. "O governo está avaliando um contexto de proposta orçamentária".
Alcance da greve
Na avaliação do Ministério do Planejamento a greve dos servidores federais atinge entre 70 mil e 80 mil pessoas. "Temos 520 mil servidores ativos. Se tivessem 350 mil em greve como estima a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal , o país estaria parado. E isso não está ocorrendo. A maior parte dos serviços públicos está funcionando", disse Mendonça.
Hoje, o secretário recebe também os representantes do Federação Nacional dos Policiais Federais, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social.
Proposta mantida
Ontem o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender a proposta feita pelo governo aos docentes de universidades federais em greve há quase três meses e afirmou que a oferta não vai se repetir para as demais carreiras do funcionalismo público em greve.
"Para os professores, nós apresentamos a melhor proposta. Nenhum funcionário terá o reajuste que os professores universitários terão", disse. O Ministério do Planejamento ofereceu entre 25% e 40% de reajuste, a ser dado ao longo dos próximos três anos.
Colaborou Fernanda Fraga, especial para a Gazeta do Povo
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