Brasília (AE) O governo confirmou para esta quinta-feira o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2006/07, com o qual pretende colocar um fim aos protestos que os produtores rurais vem promovendo em todo o país. A promessa do ministro da Agricultura, Roberto Ro-drigues, é oferecer aos produtores mais dinheiro, com juro menor, para que eles possam cultivar a próxima safra, que começa a ser plantada em meados de setembro, numa situação de maior tranqüilidade. Os recursos podem atingir R$ 55 bilhões.
No último plano de safra, que vigora até o mês que vem, o governo estima que tenham sido liberados R$ 44,35 bilhões aos produtores rurais. Esse volume, se confirmado, terá representado um crescimento de 12,4% sobre os recursos da safra 2004/05. Nas últimas três safras, segundo técnicos do Ministério da Agricultura, o volume de recursos do crédito rural cresceu 61%. O montante para financiar os investimentos na agricultura aumentou 79%. Para a atual safra, 2005/06, em todas as linhas de financiamento foram mantidos os mesmos encargos da anterior. O juro do crédito rural é de 8,75% ao ano, mas os produtores não conseguem financiar 100% da produção com essa taxa. Por isso, Rodrigues tem se empenhado em baratear o custo do crédito.
Além do plano de safra, o governo deve anunciar, conforme expectativa do setor, medidas "estruturais" que visam a reduzir os custos de produção do agronegócio. Várias delas, segundo fontes do governo, se referem à redução de tributos cobrados sobre insumos utilizados na produção agropecuária.
O anúncio do Plano Agrícola e Pecuário e outras medidas de apoio ao setor será feito pelos ministros Roberto Rodrigues, da Agricultura e Guido Mantega, da Fazenda.