Brasília O governo decidiu retirar ontem a Medida Provisória (MP) que trata da concessão de benefícios a trabalhadores rurais. A MP trancava a pauta de votações da Câmara. A idéia era limpar a pauta da Casa para votar o último turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a cobrança da CPMF e da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2011. O vice-líder do governo na Câmara, Berto Albuquerque (PSB-RS), afirmou que não haverá prejuízo ao trabalhador rural autônomo porque um projeto de lei ou uma nova medida provisória tratará dessa questão.
A decisão foi tomada na tarde de ontem durante reunião de líderes da base aliada conduzida pelo líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE). O objetivo deles era concluir a votação do segundo turno da PEC até as 4 h da manhã de hoje o que evitaria atrasos no cronograma definido pelos governistas. A sessão foi aberta em torno das 19h30 de ontem, mas não havia acabado até o fechamento desta edição.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que seu partido votaria unido em favor da aprovação da PEC. "A cada votação damos mais votos ao governo. O governo tem sido correto com o PMDB e com o país", disse ele.
A previsão era que as votações se estendessem por cerca de oito horas como ocorreu no primeiro turno de votação da PEC no mês passado, que foi finalizado por volta das 2h30. Os oposicionistas prometiam manter a obstrução, enquanto os líderes da base aliada estavam otimistas sobre o resultado final em favor do governo.
"Hoje (ontem) só saímos daqui depois de aprovado o segundo turno. Estamos preparados para atravessar a madrugada", afirmou o líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ).