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Brasília – Na véspera do início do feriado do carnaval, subiu a temperatura entre os controladores de vôo, assim como aumentou o nível de preocupação do governo com a possibilidade de novos e grandes atrasos nos aeroportos do país. O estopim para que aumentasse o descontentamento foi a decisão de prorrogar por mais 30 dias o grupo de trabalho que discutiu o futuro do tráfego aéreo e propôs a desmilitarização do setor.

Ontem, apesar de o ministro da Defesa, Waldir Pires, declarar que "todas as medidas cabíveis para prevenir possíveis problemas foram tomadas" e que "tem esperança" de que tudo corra bem no carnaval, o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), que integrou a comissão que discutiu os problemas no setor, declarou que "a paciência dos controladores de tráfego aéreo está esgotada, que o governo não cumpriu a sua parte e o pessoal está fazendo reuniões em todo o país, prometendo para hoje uma decisão, que vou levar à Casa Civil e ao Ministério da Defesa". E avisou: "acredito em execução de um plano de paralisação".

Apesar do tom alarmista do deputado, controladores ouvidos pela reportagem asseguravam ontem que apesar da "imensa insatisfação e frustração com o governo", não estão planejando nenhuma paralisação ou operação padrão. "Não precisamos fazer nada. O sistema, por si só, é insuficiente para suprir a demanda do carnaval, que é de 20% a 30% do que os períodos normais e não tem gente suficiente para trabalhar com mais tráfego aéreo", disse um dos controladores ouvidos.

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