Ministério diz que proposta final foi apresentada no último dia 15 com acordo, mas sindicato nega e quer continuar discutindo.| Foto: Andes-SN
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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos descartou a possibilidade de continuar as negociações sobre reajuste salarial dos professores federais em greve, e exigiu a assinatura de um acordo até a próxima segunda (27). Em email enviado aos sindicatos, a pasta reafirmou que a proposta final foi apresentada em uma reunião no dia 15 de maio, estabelecendo reajuste de 4,5% ao ano para 2025 e 2026.

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A posição do governo irritou o comando grevista do Andes, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A entidade classificou o ultimato do ministério como “autoritarismo”.

“Esclarecemos que em reunião da mesa realizada no dia 15/05/2024, o governo apresentou a sua proposta final e foi acordado com as entidades representativas dos servidores e servidoras, docentes das universidades públicas federais, que a proposta seria submetida às assembleias da categoria e que o encontro do dia 27/05 seria convocado para assinatura do Termo de Acordo, não restando, portanto, margem para recepção de novas contrapropostas”, afirmou o ministério.

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Os servidores reivindicam aumento já em 2024, com readequação de 7,06%, seguido de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% para 2026.

O presidente do Andes, Gustavo Seferian, decidiu manter a paralisação e criticou a proposta do governo.

“Quando o governo passa a agir de forma ultimatista, fere princípios elementares do movimento sindical e da negociação coletiva. Nós queremos negociar, seguir um bom compasso de partilhas entre propostas e contrapropostas que se estabeleceu na greve, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio”, pontuou.

Em nota, o Ministério da Gestão reiterou que o email teve como objetivo reafirmar o entendimento já estabelecido com as entidades. O Ministério da Educação (MEC) afirmou estar sempre aberto ao diálogo pela valorização dos servidores, embora a postura da gestão tenha gerado insatisfação entre os grevistas.

Professores de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais das cinco regiões do país iniciaram a greve em 15 de abril, exigindo recomposição salarial e investimentos nas instituições, que alegam ter sido sucateadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

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Desde então, mesas de negociação têm ocorrido, com participação do MEC e do ministério responsável por serviços públicos, mas todas as propostas foram rejeitadas pelos educadores.

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Ari Loureiro, representante do Comando de Greve da Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical), declarou que o grupo está com 58 instituições paralisadas e que “não vamos nos intimidar com uma declaração que não representa uma perspectiva democrática”.

Já Francieli Rebelatto, secretária-geral do Andes-SN, acrescentou que “a ameaça do governo reforçando ultimato para finalizar processo de negociação no dia 27, aprofunda o desrespeito do governo com os trabalhadores (as) da educação”.

A postura do governo tem sido vista pelos membros do sindicato como um fator que fortalece o movimento grevista e enfraquece o discurso pró-educação da administração petista. A expectativa agora se volta para o dia 27 de maio, data limite para a assinatura do acordo, enquanto os professores permanecem firmes com as reivindicações.

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