Brasília A ministra Ellen Gracie Northfleet tomou posse ontem como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos 177 anos de história, essa é a primeira vez que o STF é comandado por uma mulher. Separada, mãe de uma filha e com 58 anos, Gracie poderá assumir por alguns dias a Presidência da República, o que também será inédito. Isso deverá ocorrer em maio, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará para a Áustria e os sucessores imediatos dele deverão evitar substituí-lo para não ficarem inelegíveis.
Ela exercia o cargo, interinamente, há cerca de um mês, em substituição ao ministro Nelson Jobim, que se aposentou para tentar uma volta à carreira política. A mudança de administração é notada em detalhes da rotina do Supremo Tribunal. Além de pequenas reformas, Gracie é responsável por modificações na forma de administrar o Supremo.
Até a segurança do tribunal dá sinais de alterações. As mudanças começaram pela escolha da chefia do setor. A nova presidente do STF convidou para o posto a capitã Keydina Lima, de 29 anos, da Polícia Militar do Ceará, que atuou no Batalhão de Choque e, atualmente, estava cedida ao Tribunal de Justiça (TJ) do Estado para fazer a segurança de autoridades. Não há registros de que uma mulher tenha ocupado o cargo antes no órgão.
O teste de Keydina no posto ocorreu nesta semana, durante uma reunião com a equipe de segurança da Presidência da República, que esteve na Corte para fazer uma avaliação da área. Na ocasião, ela foi firme com os seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causando surpresa na equipe que comandará no STF.
A expectativa é de que Gracie nomeie nos próximos dias outras mulheres para cargos de coordenação no Supremo Tribunal.
A cerimônia de posse teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza; do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, e dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Aldo Rebelo.
Em seu discurso, Gracie disse estar disposta a colocar em prática tudo que for eficiente para o país. "Vou desempenhar minha função no limite das minhas potencialidades", afirmou.
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