Prejuízo
Além do dano ao patrimônio histórico e ao meio ambiente, o deslizamento na estrada deverá comprometer a renda de dezenas de comerciantes que trabalham no entorno do caminho. Entre a BR-166 e a cidade de Morretes são mais de 60 pequenos comerciantes, segundo o presidente da Associação Comercial da Graciosa, Gilton Dias. "Aqui temos lanchonetes que vendem pastel, milho verde, caldo de cana. Além dos comerciantes, tem também os empregos que geramos para as mais de 200 famílias que vivem na região e estamos muito preocupados", disse. Os comerciantes reforçam que fora da área do deslizamento entre os km 9 e 12 a estrada está liberada e pode ser aproveitada como passeio para quem vai ao Litoral pela BR-116 ou pela BR-277.
A Estrada da Graciosa deverá ficar interditada para o trânsito de pessoas e cargas por, no mínimo, seis meses depois de um deslizamento de terra no quilômetro 10,8 que abriu uma cratera na pista, na última quinta-feira, na altura de Morretes. A estimativa foi dada pela equipe de engenharia do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e geólogos da Mineropar na tarde de ontem após uma vistoria. O prazo leva em conta a melhor das hipóteses, com a Defesa Civil fazendo o pedido para ser decretada situação de emergência. Isso faria com que pudesse ser dispensado o processo de licitação para a obra de reconstrução. Caso isso não aconteça, a rodovia deve ficar interditada por até um ano.
De acordo com informações do DER, três fatores dificultam a reconstrução da estrada da Graciosa: topografia, porque a região é bastante acidentada e há dificuldade para a entrada das máquinas; questão ambiental, porque são necessárias licenças para a realização dos trabalhos; e a questão histórica, porque é importante fazer um trabalho preservando as características do local. Por isso, os engenheiros do DER estão ainda avaliando se farão um trabalho de reconstrução da estrada com as pedras históricas ou se farão uma ponte. Essa decisão será tomada na próxima semana. Ainda de acordo com o DER existem dois pontos críticos na estrada. Um no quilômetro 10 e outro no quilômetro 12, onde houve queda de barreira.
Buraco
O geólogo da Mineropar, Edir Arióli, disse que existe risco de cratera aberta se alastrar porque o solo ainda está muito úmido. "O mesmo material que desmoronou está no local. É um trecho rico em material argiloso e a erosão ocasionou em um grande deslizamento de terra", afirmou ele.
O maquinário para limpeza do barro e para o início da recomposição da estrada está próximo ao local do deslizamento. Mas o trabalho ainda não iniciou porque precisa de um laudo técnico para ver até que ponto o solo foi impactado e o serviço não vai oferecer risco aos trabalhadores e ao meio ambiente.
Com o bloqueio total da Graciosa, moradores de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba que são os principais usuários da estrada vão ter de subir ou descer a Serra pela BR-277 e vão ter de pagar pedágio.
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