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A reabertura da estrada em duas pistas atraiu turistas e reaqueceu o comércio de cidades como Morretes | Henry Milléo/Gazeta do Povo
A reabertura da estrada em duas pistas atraiu turistas e reaqueceu o comércio de cidades como Morretes| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Após dois meses com o tráfego liberado em apenas meia pista, a Estrada da Graciosa (PR-410) foi reaberta no sábado em duas pistas. As reformas do trecho danificado por um deslizamento em março ainda não foram totalmente concluídas: falta recolocar os paralelepípedos, para manter o aspecto original da estrada, e finalizar o guarda-corpo.

A notícia da reabertura animou muita gente que, a despeito da chuva e do céu nublado de ontem, decidiu matar as saudades do tradicional passeio. No início da tarde, muitos carros subiam e desciam a estrada e havia movimentação em todos os quiosques e pequenos comércios às margens: famílias faziam churrascos, casais se fotografavam com a natureza de fundo, amigos paravam para comprar balas de banana ou comer pastel.

Renato Brito, de Almi­­rante Tamandaré, fazia um piquenique com a família em um desses quiosques, na altura do Rio Cascata. Foi a primeira vez do grupo na Graciosa e, mesmo com a neblina densa, garantiram que valeu a pena sair de casa. "Nós planejamos o passeio no sábado, que tinha sol. Mas hoje resolvemos vir igual. É muito bonita mesmo com esse tempo. Vamos descer, conhecer Morretes e Antonina, para fazer o passeio completo", contou.

A reabertura do trajeto histórico deu novo ânimo aos mais de 60 pequenos comerciantes que vivem em localidades como Mãe Catira, São João da Graciosa e Bela Vista. Com a Graciosa interditada, eles viram o movimento minguar e foram obrigados a fechar as portas. Agora, correm atrás do prejuízo.

Paulo de Tarso Mendes, proprietário de um banca na qual vende pastel, caldo de cana, tapioca, bala de banana e outros produtos típicos, comemorava. Trabalhando no local desde 1986, contou que nunca havia testemunhado queda tão brusca no movimento quanto a provocada pela interdição. "Tivemos muito prejuízo porque investimos para a Copa e no fim fechamos as portas. O movimento está voltando aos poucos, mas o pastel e o caldo de cana já bombam."

À frente de duas grandes panelas de espigas de milho na água fervente, Jefferson Dias também era só sorrisos com o movimento na loja, em São João da Graciosa. Quatro meses atrás, o humor era outro: em meio a um cenário desolador, viu-se obrigado a vender o carro para manter a casa. Jefferson acredita no espírito de solidariedade dos turistas. "Vejo que muitas pessoas compram no intuito de ajudar a gente a se recuperar. Mais uns meses e conseguimos recuperar o movimento."

Não foram apenas os comerciantes da Graciosa os beneficiados com a reabertura da estrada. Morretes também sentiu o movimento crescer. Por volta das 15 horas, os restaurantes ainda serviam o famoso barreado, as lojas de artesanato comemoravam o entra-e-sai de clientes e a praça do centro histórico estava lotada. Para os amigos Simone e Wilson Mugnani e Rogério e Sandra Boese, a Graciosa é parte de um passeio maior, que passa por Antonina e Morretes. "Nós nos hospedamos em Antonina, mas viemos para Morretes passear. Deveríamos vir mais vezes, porque é muito bonito", diz Rogério.

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