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Segurança

Grande Curitiba tem um assalto a cada 4 dias

Veja quais foram os últimos casos ocorridos em Curitiba e região |
Veja quais foram os últimos casos ocorridos em Curitiba e região (Foto: )

Duas pessoas mortas, 11 roubos nas proximidades e assaltos em agências bancárias – incluindo um arrombado na grande Curitiba. Desde 1º de agosto, a capital do Paraná registrou um terço dos assaltos a agências e clientes de bancos no país, segundo a Confederação Nacional dos Bancários. Por isso a categoria iniciou ontem manifestações para denunciar a falta de segurança no setor. O protesto começou na frente da agência do Unibanco, na esquina das Marechais Deodoro e Floriano (leia matéria nesta página).

Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, o número de casos de assaltos a agências bancárias e nas imediações aumentou muito a partir de julho por deficiência na segurança dentro e fora dos bancos. A "paradinha" da saída de banco (gíria dos bandidos), tirou a vida, por exemplo, da pró-reitora de pesquisa e pós graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Maria Benigna Martinelli de Oliveira, em março deste ano.

A pró-reitora não foi a primeira vítima e o crime se repete na cidade. A última foi o ítalo-brasileiro Florelino Ranghetti, 43 anos, que sacou R$ 3.475 na agência do Banco do Brasil, Alto da XV, e se dirigiu a um ponto de ônibus. Ele foi morto na calçada. O alvo era o dinheiro, mas ele resistiu e foi baleado. Entre os dois casos, há outros mortos e feridos, além do medo de clientes e bancários com o aumento da violência.

Segundo o delegado Luiz Carlos de Oliveira, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, os bandidos usam olheiros que ficam dentro das agências, observando o movimento e passando informações por telefones celulares para assaltantes que ficam do lado de fora, em motocicletas.

Oliveira explica que o sujeito pega uma senha e fica observando as transações dos clientes. Se for preciso, pega outra senha e continua dentro da agência, até alguém sacar uma quantia alta. "Então, ele acompanha a pessoa, dá a dica para os outros, dizendo inclusive onde o cliente colocou o dinheiro. Em seguida, os ladrões seguem a vítima até onde for necessário", conta o delegado. Como a dica dos olheiros é perfeita, cheia de detalhes, algumas vítimas desconfiam dos funcionários de bancos. Muitas estão voltando à agência para ameaçar os bancários, achando que eles estão passando as informações para os bandidos.

O delegado lembra ainda que o motoqueiro tem facilidades para cometer este tipo de crime, por isso a polícia vai iniciar em breve a Operação Garupa. "A meta será abordar motoqueiros e caroneiros, com revistas e identificação", disse.

O objetivo é tentar reduzir pela metade esses crimes e outros assaltos praticados por motoqueiros, como já foi feito em São Paulo. "O uso do capacete dificulta a identificação e a moto permite ao ladrão agilidade para se deslocar e acompanhar a vítima", justifica Oliveira.

O Sindicato dos Bancários informa que o risco de assalto nas imediações de bancos aumenta no início de mês, depois dos feriados e às segundas-feiras, dias em que as agências ficam lotadas, mas não há um monitoramento real dentro e no entorno dos bancos.

Assaltos

Uma quadrilha especializada em assaltos a banco realizou pelo menos quatro roubos desde o mês passado na grande Curitiba. Segundo o delegado-operacional do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) Renato Bastos Figueiroa, a quadrilha que assaltou as agências do Bradesco no Tarumã, em Pinhais e no Alto Maracanã, em Colombo, já foi identificada. "É gente de fora e daqui. Estamos para prendê-los."

O delegado informa que já foram presos 15 assaltantes de banco neste ano. "Há cerca de 90 dias, foi elucidado o roubo do Banco do Brasil de Matinhos, no litoral do Paraná. Seis pessoas foram presas. Eles levaram R$ 900 mil. A Justiça está recuperando o dinheiro usado na compra de imóveis e automóveis", afirma.

Os delegados e a diretoria do Sindicato dos Bancários, criticam o sistema de câmeras dos bancos. "Os bancos precisam investir em segurança. As imagens das câmeras são de péssima qualidade e não ajudam a investigação. Não dá para falar de um banco só, a situação é geral", disse Figueiroa. Já o delegado Oliveira criticou o sistema de câmeras do Banco Itaú. A crítica foi corroborada pelo sindicato.

A Federação Brasileira do Bancos (Febraban) e o Banco Itaú não comentaram os fatos, nem as reclamações dos policiais e dos bancários. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) também não se manifestou sobre o assunto.

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