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Seca

Grandes clientes buscam alternativas

Os grandes consumidores de água de Curitiba, como hospitais, shopping centers e condomínios residenciais, vão usar de criatividade e medidas emergenciais para tentar driblar o racionamento que começa amanhã. O Hospital Evangélico, por exemplo, já anunciou que vai tirar a água do banho dos pacientes e substituí-la por toalhas e compressas umedecidas. O Park Shopping Barigüi, maior consumidor de água na região Oeste, desligou as fontes e suspendeu a lavagem de calçadas e áreas externas. Já nos condomínios, a ordem é usar água apenas para higiene e alimentação.

A partir de amanhã, a Sanepar começa o rodízio em Curitiba e na região metropolitana. Ele vai atingir cerca de 1,8 milhão de moradores, que estão divididos em sete grupos e ficarão sem água durante 26 horas por semana.

A Sanepar montou a operação caminhão-pipa para atender clientes especiais. São eles hospitais e creches públicos e clínicas de hemodiálise, que serão atendidos durante 24 horas. "Eles só vão solicitar o caminhão-pipa quando a reserva não for suficiente", explicou Antônio Carlos Gerardi, gerente da Sanepar para Curitiba e região metropolitana. O veículo vai demorar em média duas horas para se deslocar até o local, segundo a companhia.

Mesmo com o suporte do caminhão-pipa, o Hospital Evangélico vai usar uma tecnologia especial. "Vamos usar a tecnologia do banho sem água", disse o supervisor de manutenção do hospital, José Eduardo Worliczeck. "Ele será dado no leito, com toalhas e compressas umedecidas. É tecnologia de ponta e cara, mas o hospital vai bancar o custo adicional."

Segundo Worliczek, o Evangélico consegue estocar água apenas para um dia. O hospital consome em média 5 mil metros cúbicos (m3) de água por mês. Toda água vem da Sanepar. O hospital tem uma cisterna de 125 mil litros, que abastece quatro reservatórios elevados. Eles armazenam 200 mil m3. O hospital tem 554 leitos.

Já o Hospital das Clínicas (HC) informou que não vai economizar na higiene dos pacientes. Segundo a assessoria de imprensa, o hospital vai ativar dois poços artesianos e usar a água na limpeza externa – lavar calçadas e locais em reforma. O HC gasta em média 15,5 mil m3 por mês. Os seus reservatórios têm capacidade para consumo de 24 horas, enquanto o rodízio vai durar 26 horas. Nesse caso, o caminhão-pipa vai completar a diferença.

Em grandes condomínios, a ordem é economizar. As zeladoras do Parque Residencial Fazendinha, com 640 apartamentos e 24 blocos, não estão mais lavando os blocos. "Nosso consumo médio mensal é de 11,5 mil m·. Economizamos 10% no mês passado", informou a presidente do condomínio Parque Fazendinha, Siomara Freitas Kaltowski.

A AmBev, maior cervejaria da América Latina, que consome cerca de 60 mil m3 de água por mês, vai avaliar alternativas para não interromper a produção da sua fábrica em Curitiba. Ela informou que a preocupação com a otimização do uso racional de água é antiga: a AmBev gasta 3,37 litros de água para produzir um litro de cerveja, enquanto a referência mundial é de 3,75 litros.

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