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Insegurança

Grávida morre baleada em aviário. Moradores do Osternack reclamam da violência

A poucos meses de dar à luz seu primeiro filho, Daiane Meu, 20 anos, perdeu a própria vida dentro de um aviário na Rua Ana Sofia Ribeiro, no Osternack, na tarde desta quinta-feira (27). Ela estava conversando com o companheiro e pai da criança, Fabiano Correia Silva, 31 anos, na calçada por volta das 13h40 quando um Fiat Palio de cor escura se aproximou, um homem desceu e efetuou o primeiro disparo. O casal correu para dentro do estabelecimento, mas o atirador foi atrás e fez pelo menos outros cinco disparos. Daiane foi atingida por quatro tiros e morreu na hora. Seu marido foi atingido apenas por um tiro de raspão no braço e não chegou a precisar de atendimento médico.

Silva, que já esteve preso por roubo, contou à polícia que estava sendo ameaçado devido a rixas familiares e acredita que ele fosse o alvo dos disparos que matou sua mulher e filho. O casal morava na região do Osternack e, segundo familiares, eles estavam juntos há cerca de dois anos e meio e tinham um relacionamento tranquilo. Daiane estava no quarto mês de gestação.

Moradores que viram a ação discordam que Fabiano fosse o alvo. "Com a calma que o rapaz entrou, atirou e saiu ele mostrava que tinha matado quem ele queria mesmo. Ele foi atrás e descarregou só na moça", falou uma testemunha que não quis se identificar. De acordo com ela, havia crianças brincando a poucos metros de onde o casal foi abordado e a ação foi tão rápida que os balconistas do aviário ficaram apenas olhando, sem acreditar no que acontecia. "Ele saiu andando tranquilo, não quis esconder o rosto e nem nada. Dá para ver que esse é matador mesmo", disse a testemunha, sobre o homem de cerca de 20 anos que efetuou os disparos.

O dono do aviário onde Daiane morreu conta que o comércio é o sustento de toda a família há 12 anos e que nunca tinha presenciado uma cena assim, tampouco conhecia o casal. Bastante abalado, ele relatou que quando os disparos começaram havia pelo menos sete funcionários trabalhando em todo o estabelecimento. "Para ser sincero no momento estou aliviado. Minha família estava aqui, havia menores de idade, inclusive funcionários, e graças a Deus ninguém se machucou."

Enquanto limpava o local com a ajuda de seu pai e um funcionário, o homem, que prefere não se identificar, relata que nunca teve problemas com crimes no aviário e quando perguntado se irá transferir o negócio para outro bairro respondeu: "Nós dependemos disso aqui, nossa vida é essa. Ir para onde?"

Fim da trégua

A reportagem tentou conversar com moradores e comerciantes da região, mas poucos quiseram se manifestar. Gabriel Aguiar de Oliveira, dono de uma lan house em frente ao aviário onde aconteceu o homicídio, conta que sempre morou no Osternack.

Segundo ele, o bairro foi bastante perigoso há cerca de seis anos, mas que por uns dois anos, com a implantação de uma Unidade do Paraná Seguro, a situação melhorou e era possível viver com mais tranquilidade. "Mas há mais ou menos um ano a correria por aqui voltou. Semana passada mataram três, um por dia, em ruas bem próximas daqui", conta.

Uma mulher, que não quis se identificar, fala que mora há apenas seis meses no bairro, mas que já soube de muitas histórias semelhantes à desta quinta.

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