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Greca ganha mais tempo para aprovar projetos de drenagem de Curitiba

Greca ganha mais tempo para aprovar projetos de drenagem de Curitiba. Na foto, trecho do Rio Barigui, no Fazendinha, onde foram construídos muros de contenção. Mas é preciso mais para conter cheias. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Greca ganha mais tempo para aprovar projetos de drenagem de Curitiba. Na foto, trecho do Rio Barigui, no Fazendinha, onde foram construídos muros de contenção. Mas é preciso mais para conter cheias. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

A gestão do prefeito Rafael Greca (PMN) conseguiu prorrogar até o próximo mês de junho o prazo para a apresentação de projetos de drenagem e contenção de cheias cujos recursos foram destinado em 2012, último ano de Luciano Ducci à frente do Executivo Municipal. São R$ 480 milhões que restam de um pacote de R$ 792,5 milhões oriundo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II e do qual, até hoje, apenas uma pequena parte, de menos de 20% do total, foi realmente empregada.

São obras importantes, que envolvem perfilamento de rios (intervenção nas encostas que amplia a vazão) e a construção de bacias de contenção (reservatórios), em pontos cruciais das seis bacias hidrográficas da região de Curitiba, e que podem por fim aos frequentes alagamentos na cidade. “ Entre o montante original e o que ainda não está contratualizado, o que nós tínhamos disponíveis ainda eram esses R$ 480 milhões até o fim do ano passado. Já no período de transição, o prefeito Rafael Greca foi a Brasília, conversou com a Casa Civil e o Ministério das Cidades, e conseguiu a autorização para a prorrogação do prazo, que acabava em dezembro, para pleitear os recursos”, esclarece o secretário municipal de Governo, Luiz Fernando Jamur.

Em 2015, penúltimo ano de Gustavo Fruet (PDT), a prefeitura de Curitiba relatou uma demora na liberação de recursos por parte do Ministério das Cidades. A maior parte das obras estava em fase de aprovação ou em processo de licitação, mas sem previsão da destinação dos recursos financeiros. À época, a pasta federal respondeu que nem todos os recursos das obras contratadas foram liberados porque estariam condicionados à execução de determinadas etapas das intervenções. “A liberação de recursos por parte do Ministério ocorre de acordo com a efetiva execução das etapas das obras (...). Assim, não é possível estabelecer previsões de repasse, pois elas ocorrem com o efetivo andamento dos empreendimentos”, disse o Ministério das Cidades na ocasião.

Além da demora na liberação do dinheiro do governo federal, as gestões anteriores a de Greca também tiveram de atualizar o Plano Diretor de Drenagem da cidade, de 2002, e realocar famílias que viviam em situação de risco nas margens da parte sul do Rio Barigui – fatores que também contribuíram para a lentidão na utilização dos recursos federais.

Obras de drenagem se desdobraram em 44 intervenções na gestão Fruet

A reportagem pediu à Secretaria Municipal de Obras Públicas o status atualizado de cada uma dessas obras, mas, devido à transição, que renovou toda a equipe, a pasta informou que isso só será possível a partir de fevereiro. Não se sabe nem se o número de intervenções desses projetos se manterá o mesmo.

De 2012 para 2016, durante a gestão de Fruet, os cinco grandes conjuntos de obras previstos no PAC II se desdobraram em 44 intervenções em seis bacias hidrográficas de Curitiba que precisariam ser aprovadas, licitadas e contratadas para saírem do papel. Neste período, das 44 intervenções previstas no PAC II – nas modalidades Gestão de Riscos (que prevê recursos 100% federais) e Drenagem (custeada com verbas federais e uma contrapartida de 3% da prefeitura) –, apenas quatro andaram: um projeto sobre a ocupação da área do Rio Iguaçu (R$ 3 milhões); o início da construção de muros de contenção na parte sul do Rio Barigui (R$ 11 milhões de um contrato de R$ 146 milhões); uma intervenção na sub-bacia do Rio Pinheirinho, na bacia do Rio Belém (122 milhões); e a elaboração de um projeto de bacia de detenção no Rio Ponta Grossa, nas bacias do Rio Ponta Grossa e Iguaçu (R$ 195,4 mil).

Entre as 40 intervenções que ainda aguardam recursos estão obras nos rios Belém e Juvevê ( nas áreas central, incluindo o Cristo Rei e o Rebouças, dois dos bairros que vêm sofrendo com alagamentos nos últimos anos, e Norte de Curitiba); nos rios Bacacheri e Atuba (área Norte); no Rio Cascatinha (Noroeste); e Ribeirão dos Padilhas (Sul).

Segundo Jamur, as prioridades da gestão de Greca são a conclusão das obras no Rio Barigui (o que falta na parte sul e também toda a parte norte do rio, a partir dos fundos da PUCPR) e do Rio Pinheirinho (que faz parte da bacia do Rio Belém e cuja paralisação das obras é visível na Avenida Wenceslau Braz, no Guaíra).

Na sequência, o segundo passo é adequar os projetos e contratar as obras do Rio Belém, que segundo o secretário também darão bastante trabalho porque, assim como o Barigui, exigem a realocação de alguns famílias que vivem em situação de risco nas suas margens. “Esses recursos de habitação precisam ser garantidos e andar junto com o cronograma de drenagem.”

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