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Polícia Federal

Greve afeta setor de passaporte

Em Belo Horizonte, os policiais entregaram armas e distintivos na porta da superintenência da PF em protesto por aumento salarial e novas contratações | Flávio Tavares/Jornal Hoje em Dia
Em Belo Horizonte, os policiais entregaram armas e distintivos na porta da superintenência da PF em protesto por aumento salarial e novas contratações (Foto: Flávio Tavares/Jornal Hoje em Dia)
Na aduana de Foz, o congestionamento chegou a 1,5 quilômetro |

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Na aduana de Foz, o congestionamento chegou a 1,5 quilômetro

Agentes da Polícia Federal se juntaram aos demais servidores federais em greve e iniciaram ontem uma paralisação que não tem data para acabar. O protesto por melhores salários, novas contratações e valorização profissional afeta os serviços de emissão de passaportes, fiscalização de fronteiras e investigações. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) – que encabeça a greve e não representa os delegados – estima que 6,8 mil policiais pararam. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9 mil pessoas. A entidade afirma que cerca de 30% do efetivo – o mínimo legal – permanecerá trabalhando. Esta é a terceira greve geral da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.

Segundo a Fenapef, apenas passaportes de urgência serão emitidos a partir de hoje. Porém, não há uma definição clara sobre quais são os casos emergenciais. "Se alguém precisar viajar por causa de problema familiar ou se já comprou passagem, o passaporte será feito", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

No Paraná, a paralisação afetou o atendimento ao público na Superintendência da PF em Curitiba e provocou filas e congestionamento em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai. Na capital, quem chegou à PF em busca de passaporte antes das 8 horas conseguiu atendimento. Depois disso, os policiais pararam o serviço. "Quem veio ontem bem cedo foi atendido porque já estava aqui", conta o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Pa­­raná (Sinpef-PR), Fernando Augusto Vincentine.

Para quem já havia marcado horário para requisitar o passaporte, Vicentine orienta fazer um reagendamento via internet. Já os passaportes que já estão prontos serão entregues, segundo a Fenapef.

"Nossa intenção não é criar mais transtornos à população, mas mostrar como o trabalho deveria ser feito e não acontece por falta de estrutura adequada de trabalho. Em breve teremos a Copa do Mundo e a Olimpíada, mas sem estrutura adequada para atender à demanda ", explica o vice-presidente do sindicato, Alberto Domingues Jancke.

Hoje, às 10 horas, haverá um ato simbólico em frente da superintendência na capital, onde serão entregues as armas e as carteiras funcionais dos agentes. Esse gesto em protesto ocorreu ontem nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, além do Distrito Federal.

Efetivo

A Fenapef diz que a categoria está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin. Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação. "Se houver algum gesto do governo, vamos suspender a greve e retomar a negociação", afirma Wink.

Movimento na Anvisa pode atrasar exames

Folhapress

Análises de sangue para detectar doenças como a gripe A, controlar a diabete e liberar transfusões podem ser comprometidas nos próximos dias caso a greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seja mantida, alertam médicos e laboratórios. A paralisação se arrasta desde o último dia 16 e não há perspectivas de quando vá chegar ao fim – o governo ainda não deu início às negociações.

Boa parte dos reagentes usados nos testes são importados e estão retidos em portos e aeroportos. Mesmo com a liminar para que a Anvisa libere mercadorias em até 48 horas e com medidas do governo, a situação é tida como crítica.

Para Carlos Eduardo Gouvêa, da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, não está claro como vai funcionar o repasse aos estados da atribuição de fazer as inspeções. Laboratórios já preveem atrasos na entrega de resultados. Irineu Grinberg, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, diz que muitos estão usando reagentes similares.

Segundo o Sinagências (que representa as agências nacionais), não há desabastecimento – um terço da equipe atua, em Guarulhos, na liberação desse tipo de mercadoria. A Anvisa diz que não recebeu reclamações sobre esses materiais.

Fila na fronteira

Operação-padrão causa congestionamento em Foz

Robson Mattjie, especial para a Gazeta do Povo

Os motoristas que cruzaram a fronteira do Brasil com o Paraguai ontem enfrentaram congestionamento de pelo menos 1,5 quilômetro e lentidão de 50 minutos para passar a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, por causa da greve da Polícia Federal (PF). Os agentes promoveram uma operação-padrão e vistoriaram cerca de 90% dos veículos que voltavam do Paraguai. Em Guaíra (Oeste do estado), os servidores também aderiram à mobilização.

Com a mobilização, o efetivo na aduana brasileira, em Foz, saltou de três para 15 agentes. Eles se revezaram na fiscalização de motos, táxis, vans e ônibus durante todo o dia. "Em vez de fazer uma greve e ficar em casa, nós estamos vindo para cá e fazendo o trabalho que deveria ser feito, mas não é, por falta de efetivo", explicou o agente da PF, Fábio Ramalho.

Após uma longa espera, o iguaçuense Guilherme Gonçalves Rocha teve os documentos e o veículo vistoriado, mas apoiou a mobilização. "A Polícia Federal está mostrando o melhor jeito de trabalhar, evitando a entrada de armas, drogas e mercadorias no Brasil", enfatizou.

Nas delegacias da PF em Foz e Guaíra foram suspensas a emissão de passaportes, o atendimento a estrangeiros e o registro e porte de arma, além de investigações e diligências. "Os agentes responsáveis por essas atividades aderiram à greve e estão trabalho em regime de operação-padrão", explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Fernando Augusto Vicentine.

Passageiros

No Aeroporto Interna­cional das Cataratas, os agentes revistaram 100% das bagagens e os passageiros de voos nacionais e internacionais demoraram cerca de duas horas para completar todo o procedimento de embarque. "Houve atraso, mas sem gerar perda de voo", disse a diretora do Sindicato da PF em Foz, Bibiana Orsi.

Apesar da rigor, a operação-padrão da PF não fez nenhum flagrante de tráfico e descaminho. No aeroporto de Foz houve apenas uma suspeita de tráfico de drogas, mas descartada após a emissão de um laudo de laboratório.

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