No interior do estado, ritmo nas agências também é lento

Em Maringá, Noroeste do estado, 70% dos funcionários dos Correios estão parados. Para o diretor executivo do Sintcom-PR, Osmar Silva, o ritmo é lento entre os que estão trabalhando. Somente os serviços de malote, Sedex e telegramas estão em operação. "As correspondências estão sendo entregues com 72 horas de atraso."

Em Foz do Iguaçu, região Oeste, deverá ser enviado mais funcionários para o atendimento segunda-feira. Segundo o gerente regional dos Correios, Paulo Kremer, a adesão foi acima do esperado. Do efetivo, 45% dos empregados estão parados. Para o sindicato, 80% dos serviços dos correios estão comprometidos. O delegado sindical Mizael Dias Souza diz que estão sendo distribuídas apenas correspondências emergenciais, como as para hospitais. Na cidade há quatro agências e cerca de 150 funcionários.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, todas as correspondências que chegaram nestes dois dias de greve foram levadas para os galpões do 5.º Batalhão de Infantaria Blindada do Exército. Segundo Osmar Eyng, gerente regional de vendas dos Correios, a prática é rotineira em casos de greve. Guarapuava, Londrina e Cascavel também estão usando as instalações do Exército.

Andye Iore, Denise Paro e Ricardo Ampudia

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A greve da Empresa de Correios e Telégrafos (EBT), iniciada quinta-feira, não é motivo para que se deixe de pagar as contas em dia. A coordenadora estadual do Procon, Ivanira Galvão Pinheiro, alerta que a pessoa deve ligar com antecedência para a instituição credora e solicitar a segunda via do documento a ser pago. Caso contrário, os juros e encargos serão cobrados normalmente.

A assessoria de comunicação dos Correios confirma que houve entrega de faturas, cartas e Sedex, consideradas urgentes, nestes dois dias de paralisação. O restante do material está sendo deixado para ser entregue depois. Porém, se nos próximos dez dias a greve perdurar, deve ser montado um mutirão para colocar a entrega em dia.

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A estimativa da assessoria é de que 40% das correspondências – em torno de 500 mil – deixaram de ser entregues durante o primeiro dia de paralisação, ontem. Diariamente, é distribuído 1,3 milhão de correspondências. Metade diz respeito a Curitiba. O efeito, porém, só será sentido dentro de três a quatro dias.

Por conta da greve, a empresa de telefonia Brasil Telecom está prorrogando a data de vencimento das contas de telefone. No Paraná, as faturas de telefone fixo que venceram ontem serão prorrogadas para o dia 19. As faturas de celular para o dia 18. Todas as contas que vencem terça-feira vão ficar para o dia 24.

Contraproposta

Em torno de 400 trabalhadores dos Correios fizeram passeata na tarde de ontem pelo Centro de Curitiba. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), simultaneamente ao movimento, o comando de greve nacional esteve reunido com a empresa, em Brasília, e ofereceu contraproposta de pagamento do abono de R$ 400 em uma só vez e a possibilidade de inclusão dos pais como dependentes no plano de saúde para quem recebe até 1,2 salário mínimo. Além da passeata, foi feita panfletagem explicando as razões da greve e pedindo compreensão da população.

Na quinta-feira, o juiz José Aparecido dos Santos, da 17.ª Vara do Trabalho de Curitiba, negou o pedido de interdito proibitório (medida judicial que pretende proteger a propriedade) formulado pela direção estadual dos Correios contra o Sintcom-PR. A empresa entrou com o pedido dia 6 de setembro para evitar a mobilização em frente às instalações. "Os carteiros e operadores de triagem pararam primeiro, depois a greve se alastra para outros departamentos", comenta o secretário-executivo do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos. Ele lembra que os atendentes já começaram a parar os trabalhos também. Domingo, haverá atividades para as famílias, no local do acampamento, na Travessa Pinheiro, rua lateral à João Negrão, onde fica a sede dos Correios. Ontem, as agências do Rebouças e a Central deixaram de funcionar. Para segunda-feira, está previsto o fechamento da agência Marechal Deodoro.

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