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Paralisação

Greve cancela aulas e afeta postos de saúde em Araucária

Uma greve por tempo indeterminado dos funcionários públicos de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, paralisa parte dos serviços essenciais prestados pela prefeitura da cidade desde a manhã desta quarta-feira (4). O movimento atinge os setores de administração, transporte, segurança e, principalmente, educação e saúde.

No início da noite, a assessoria de imprensa do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal (Sismmar) informou que, somente na categoria dos docentes, 95% dos servidores cruzaram os braços durante o dia.Das 42 escolas do município, apenas cinco continuaram com atividades parciais durante o dia, mas em nenhuma delas houve aula. Maria Luiza Feliciano de Souza, diretora do Sindicato dos Funcionários Públicos de Araucária (Sifar), diz que os pais dos alunos foram avisados com antecedência sobre a paralisação e que não há previsão para o retorno das atividades.

Dos 32 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Araucária, todos também ficaram sem atendimento à população nesta quarta. A situação, tanto nas escolas como nos centros de educação, deve permanecer igual nesta quinta.No total, a cidade tem 2,2 mil professores, cerca de um terço de todos os efetivos.

As demais categorias que integram os outros cerca de 3 mil funcionários públicos da cidade (o total é de 5 mil)chegaram a um índice de adesão de 70%, de acordo com o Sifar. Segundo Mara, os motoristas de carros públicos e vans escolares aderiram à greve e parte desses serviços está prejudicada.

Além disso, as três unidades de pronto atendimento e as 22 unidades de saúde de Araucária funcionaram durante o dia com apenas 30% do efetivo que trabalha em dias normais, implicando no cancelamento de atendimentos não urgentes.

O Prefeito de Araucária, Olizandro Ferreira, negou, durante a manhã, que os postos de saúde tivessem alguma prestação de serviço cancelada. "O atendimento, até o presente momento [10 horas] está normal, com alguma alteração natural devido à ação dos sindicatos. Parte da Guarda Municipal está aquartelada, mas estão saindo para atender emergências. O transporte também está normal, a não ser alguns casos internamente que não querem abastecer o carro, etc."

Negociação e reivindicações

Maria Luiza não se mostra otimista em relação às negociações e não descarta a possibilidade de a greve ter longa duração. "Não tem negociação, ele [o prefeito] diz que a arrecadação diminuiu, mas não admitimos que ele mantenha mais de 200 funcionários comissionados e prejudique o servidor de carreira. No mínimo ele deveria ter exonerado essas pessoas".

Cada categoria tem reivindicações específicas, mas, em linhas gerais, são exigidos um calendário para retomar o pagamento dos avanços de qualificação que estariam congelados desde janeiro e a reposição salarial referente à inflação.

Os professores reivindicam o recebimento da hora-atividade de 33% da jornada de trabalho, de acordo com a lei federal do piso. Também está na lista dos docentes a retomada do plano de carreira e uma nova proposta salarial – a data base do magistério era para ter sido em junho.

Conforme informou o sindicato, os servidores que aceitarem participar da greve irão a seus locais de trabalho nesta quarta para explicar aos cidadãos suas reivindicações. A estratégia é tentar convencer colegas a aderir à paralisação. Para quinta-feira (5), está marcado um ato em frente à prefeitura.

Prefeitura de Araucária

O prefeito de Araucária negou que não haja negociação com os manifestantes e disse que fez uma reunião com o sindicato nesta terça-feira (3). "A riqueza engoliu a cidade rica e, infelizmente, a bomba estourou na minha mão. A obra da Petrobras, nos últimos três anos, trouxe 20 mil pessoas para a cidade, que quando acabou, foram embora. A prefeitura aumentou os gastos, contratou funcionários, elevou em R$ 100 milhões a folha de pagamento. O que aconteceu foi que assumimos com todos os índices estourados."

Ferreira diz que a proposta feita por ele foi de conceder a reposição da inflação aos salários no primeiro quadrimestre do ano que vem. "Nosso orçamento previsto para o ano que vem está dando R$ 80 milhões a menos que no ano passado. Nós nesse momento estamos impossibilitados pelo caixa da prefeitura. Não podemos conceder reajuste maior porque o índice [gasto com folha de pagamento] está fora do que estabelece a ei".

O chefe do executivo da cidade reclama da falta de compreensão dos funcionários. Ele afirma que diminuiu o número de funcionários comissionados de 600, na gestão anterior, para 250, atualmente. "Estamos conversando agora sobre esse problema nas contas, mas com certeza vamos conversar mais sobre outros problemas. Vou ter que enxugar o transporte coletivo, por exemplo, que está levando R$ 40 milhões por ano de prejuízo. Vamos ter que tomar uma série de medidas para trazer o município de volta ao controle".

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