Pelo segundo dia consecutivo, mais 300 consultas pré-agendadas deixaram de ser realizadas no Hospital Evangélico, por causa da greve dos médicos-residentes. Ontem, cerca de 170 dos 276 residentes do Hospital das Clínicas de Curitiba (HC) também pararam os atendimentos e manifestaram-se durante toda a manhã em frente ao hospital. As consultas no HC não foram canceladas, mas houve atraso nos atendimentos.
No Evangélico, uma das especialidades mais afetadas, segundo o coordenador administrativo do Centro Médico, Eder Ramos Lopes, é a ortopedia, onde são realizadas cerca de 100 consultas diárias. "Estamos cancelando as especialidades com maior demanda. Mantemos apenas os retornos e os casos de emergência."
Hoje, 20 dos 45 residentes do Hospital Pequeno Príncipe e 16 bolsistas da Cruz Vermelha também devem aderir à paralisação. De acordo com as assessorias de imprensa dos hospitais, não deve ocorrer nenhum prejuízo nos atendimentos ou cancelamentos de consultas. Amanhã, 40 dos 83 residentes da Santa Casa também param e, na sexta-feira, cerca de 11% dos 111 bolsistas do Hospital Cajuru se unem ao movimento. Setores de urgência e emergência de todos os hospitais não serão prejudicados.
Por enquanto, as Unidades Básicas de Saúde não sentiram nenhum impacto com a greve. "Houve aumento de demanda pelo tempo seco. Caso a paralisação persista, pode existir algum impacto nas consultas eletivas", afirma o diretor dos Sistemas de Urgência e Emergência de Curitiba, Matheos Chomatas.
Adesão
Ontem pela manhã, cerca de 100 médicos-residentes se mobilizaram em frente ao HC. Eles reclamam que a carga horária excessiva prejudica a aprendizagem e dificulta o aproveitamento da supervisão. "O governo paga uma bolsa que não condiz, menos de R$ 8 por hora. No país, tocamos 70% do atendimento. Se você mal tem tempo para aprender, fica somente um trabalho e o objetivo principal não é cumprido", diz a presidente da Associação dos Médicos Residentes do Paraná (Amerepar), Maria Cecília Beltrame Carneiro.
O diretor de ensino e pesquisa do HC, Ângelo Tesser, explica que os médicos estão aptos a exercer as funções e que a supervisão diminui a medida que a residência avança. "No primeiro dia, o perceptor opera e o residente olha. No último, a lógica se inverte. De fato, tem momentos em que eles tocam os serviços sozinhos, mas isso faz parte da capacitação."
Além de Curitiba, outras oito cidades tiveram manifestações dos médicos-residentes ontem: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Vitória, Marília (SP) e Belo Horizonte.
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