Os primeiros sinais de acordo entre a Copel e os funcionários grevistas da companhia apareceram em uma reunião realizada ontem à tarde na sede da empresa. Os 12 sindicatos que representam os eletricistas negociaram com o diretor de gestão corporativa da Copel, Luiz Antônio Rossafa. Segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Vilmar Alves, o acordo final deve ocorrer hoje, durante uma nova rodada de negociações marcada para a tarde.
"Não temos um valor concreto, mas o salário referente à dupla função dos eletricitários deve aumentar", diz. A greve, que já dura oito dias, começou porque os eletricistas tiveram uma perda salarial de 60% em relação ao pagamento da função de motorista, também exercida por eles. "Tem funcionário endividado porque recebia há 20 anos um salário e desde maio deste ano passou a receber um outro, bem menor. Queremos mudar esta situação", afirma Alves.
A greve tem adesão de cidades como Curitiba, Londrina, Apucarana, Umuarama, Medianeira e Foz do Iguaçu. Ontem, alguns municípios da região metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais, Pinhais e Fazenda Rio Grande, também aderiram ao movimento. "Estima-se que 70% dos eletricistas estejam paralisados", contabiliza Alves.
Por causa da greve, o prazo para a execução de alguns serviços tem se estendido além do previsto pela Copel, segundo informações da assessoria de imprensa. As áreas mais atingidas são os pedidos de ligação e religação de energia elétrica.
O adicional de dupla função foi instituído por lei em 1982, quando o eletricista passou a exercer também a função de motorista. Até abril, o empregado anotava os horários em que dirigia. Depois disso, a Copel substituiu o controle manual por um dispositivo eletrônico que controla as horas trabalhadas e que diminuiu significativamente o valor pago aos funcionários.
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