A paralisação da Polícia Federal no Paraná causou transtornos nesta quarta-feira, principalmente na região de fronteira com o Paraguai. Ao todo, a Polícia Federal possui 700 policiais atuando, 177 só em Foz do Iguaçu. Segundo estimativas do sindicato da categoria, 30% desse efetivo paralisou suas atividades em protesto ao não-cumprimento de acordo salarial feito com o governo federal. Não houve, no entanto, nenhum incidente durante a greve, apenas faixas estendidas na sede da PF em Curitiba exibindo o documento assinado pelo ex-ministro de Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
- É horrível prejudicar a população, mas é preciso protestar e foi só desse modo que conseguimos chamar a atenção para a nossa situação, um acordo assinado e que não foi cumprido - acusou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Sílvio Renato Jardim. Se não chegarem a um avanço, a categoria ameaça organizar uma marcha até Brasília no próximo dia 18 de abril e, caso não haja solução, deflagrar uma greve geral.
Em Curitiba, o serviço que ficou mais prejudicado foi a emissão de passaportes, cujo atendimento já estava deficitário devido à falta da caderneta.
- Deixaram de ser emitidos cerca de 200 passaportes, que é o número normalmente expedido pela Polícia Federal - informou Jardim.
Em Foz do Iguaçu, as duas aduanas ficaram sem atendimento, bem como os serviços de visto no aeroporto e na emissão de passaporte. O maior entrave, no entanto, foi a suspensão das atividades de diligências e de operações de flagrante na fronteira entre o Brasil e Paraguai, cujo fluxo é de cerca de 50 mil pessoas por dia.
- A paralisação de diligência não aparece de imediato, mas deixamos de fazer as fiscalizações de barco que normalmente são feitas e outras operações de investigação - descreveu o dirigente do Sindicato da PF em Foz do Iguaçu, Alexandre Moreira.