O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) criticou nesta quarta-feira (16) a greve de policiais militares na Bahia. A PM decidiu paralisar as atividades na noite de terça após não aceitar proposta de reestruturação da carreira apresentada pelo governo.
Em entrevista coletiva, Cardozo afirmou que a ação é "claramente inconstitucional" e afirmou que o governo federal está enviando reforços da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Além disso, 2.500 militares do Exército e 250 homens da Força Nacional estão sendo deslocados para o estado.
"As reivindicações podem ser legítimas, podem ser justas. Agora, quando elas se colocam contra a sociedade, contra o interesse público, trazendo insegurança e um clima social perverso, não podem ser tidas como legítimas", disse o ministro.
"O Estado brasileiro não aceita que situações desse tipo se coloquem. A sociedade não pode aceitar que pessoas remuneradas pelos cofres públicos ajam dessa maneira", completou.
Greve na Copa
O ministro criticou ainda a possibilidade de greve de policiais federais durante a Copa do Mundo, que acontece a partir de junho no Brasil.
"Não creio que os policiais federais queiram --independentemente do mérito, da justiça ou injustiça do que reivindicam-- se colocar contra o país que juram defender. Não é possível que policiais que juram obediência à Constituição, fidelidade à pátria e ao país toda vez que cantam seu hino, queiram inviabilizar o nome de seu país no mundo", afirmou.
Saques
Na madrugada de terça, lojas e supermercados foram arrombados e saqueados. Os mercados Cesta do Povo do Vale, localizado no bairro do Ogunjá, e Casas Freire, no bairro de São Marcos, foram invadidos e tiveram produtos e até carrinhos de compras furtados.
A greve também afetou a circulação de ônibus em Salvador. O Sindicato dos Rodoviários, preocupado com a integridade dos trabalhadores e dos usuários de ônibus, orientou a categoria a recolher os ônibus, retornando às atividades normais na manhã de hoje.
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