A greve da Polícia Civil prejudica o combate à leishmaniose em Andradina, no noroeste paulista, onde ao menos mil cães contaminados continuam com seus donos. Os cachorros não são capturados porque os grevistas não solicitam à Justiça mandados de busca e apreensão. Sem o documento, o Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura não pode apreender cachorro cujo dono se nega a entregar o animal doente.

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"Encaminhamos quatro ofícios e os quatro voltaram em função da greve. Temos mais quatro e amanhã vamos encaminhar o total de oito. O cão doente dentro de casa é um perigo para a família, que quase sempre se recusa a entregar o animal porque ele é mais que um cão, é um membro da família", afirmou o veterinário Aziz Abdelnour, diretor do centro. O envio dos mandados à Justiça depende do delegado, segundo Márcio Occhiuci Guimarães, chefe dos escrivães do 1º Distrito Policial (DP). "Só atendemos casos graves", disse. Questionado se a leishmaniose também não seria grave, ele respondeu que "se for ver bem é grave".

Foi o que também reconheceu o delegado-titular do 1º DP, Paulo César Ferreira, que prometeu enviar todos os ofícios à Justiça a partir de agora. "Sem dúvida, a doença é um problema grave. Pediremos à Justiça os mandados." Nos últimos dez anos, 54 pessoas tiveram leishmaniose em Andradina. Dez morreram. A doença é transmitida pelo mosquito flebótomo, mais conhecido como mosquito Palha. Hoje, a cidade tem cerca de dez mil cães e, nos últimos anos, pelo menos oito mil foram sacrificados.

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