Ao menos 150 presos mantêm há três dias uma greve de fome em três pavilhões da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão.

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A estimativa foi feita nesta quarta-feira (15) pelo vice-presidente do sindicato dos agentes penitenciários, Cezar Castro Lopes. E os que se recusam a comer querem mobilizar também os detentos das outras sete unidades prisionais que compõem o complexo prisional de Pedrinhas.

O complexo, projetado para 1.770 homens, abriga 2.196.

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A greve de fome foi anunciada na segunda-feira (13) durante visita de uma comissão de senadores.

A intenção de ampliar a greve de fome, segundo o sindicato, é uma forma de os presos protestarem contra a presença da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança em Pedrinhas, desde dezembro.

Em operação no dia 31 de dezembro, PMs recolheram 300 armas improvisadas, entre facas, lanças, facões e estiletes, além de drogas, bebidas alcoólicas e celulares. Até um caderno com a contabilidade do crime foi recolhido.

Já segundo informação da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), são quatro os pavilhões onde presos iniciaram greve de fome na segunda. A pasta não informou a quantidade de detentos que se recusam a comer as marmitas fornecidas pelo Estado.

Em nota, a Sejap disse que a motivação para a greve de fome seria "a intensificação do trabalho de vistoria", com a apreensão de armas, "e a transferência de presos para presídios federais". Apesar de questionado, o governo não informou como ou se tem negociado com os presos para impedir a greve de fome.

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Mutirão

No próxima dia 27, um grupo de juízes, promotores e defensores públicos organizará em uma sala dentro de Pedrinhas um mutirão para análise de processos dos detentos. Será a primeira de diversas sessões em Pedrinhas que o mutirão deve promover.

Hoje, membros dos três órgãos que compõem a força-tarefa reuniram-se para discutir a forma como serão analisados os casos de todos os presos provisórios e definitivos do Maranhão.

Até abril, 21 defensores públicos da capital vão verificar o andamento dos processos nas Varas Criminais, a fim de analisar se cabem pedidos de liberdade provisória a detidos, entre outras hipóteses.

Segundo o governo estadual, há previsão da chegada ao Maranhão de 31 defensores de outros Estado para agilizar a análise dos casos, o que pode ajudar a reduzir a superlotação dos presídios.

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