Sem acordo em cinco horas de audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os motoristas e cobradores recusaram a proposta e decidiram continuar com a greve parcial de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana. A paralisação chegará ao oito dia nesta quarta-feira (22).
Confira o resumo do sétimo dia de paralisação do transporte público de Curitiba
Mesmo com a continuidade da paralisação, a desembargadora Marlene Suguimatsu determinou a ampliação da frota mínima - 80% nos horários de pico (5h às 9h e das 17h às 20h) e 60% nos demais períodos. A nova frota mínima deverá ser cumprida a partir das 5h da manhã desta quarta-feira (22). A multa de R$ 100 mil por hora foi mantida pela magistrada.
Depois de duas audiências de conciliação, o dissídio coletivo da categoria vai a julgamento numa Seção Especializada no Tribunal Regional do Trabalho que reúne todos os desembargadores do tribunal. O julgamento ainda não tem data marcada para acontecer, mas a previsão da desembargadora é de que o assunto deva ser retomado em aproximadamente uma semana e meia.
Até lá, a frota mínima estipulada pela Justiça deve ser cumprida. “Os responsáveis poderiam se empenhar mais na busca por uma solução. A falta de vontade foi percebida em alguns momentos”, declarou a magistrada Marlene Suguimatsu, que conduziu a audiência.
Vale-alimentação foi ponto de discórdia
O Sindimoc, sindicato que representa os motoristas e cobradores, rejeitou a proposta das empresas, que durante toda a negociação não saiu dos 6% de reajuste dos salários e no vale-alimentação, além de R$ 400 de abono a serem pagos em maio de 2017. De acordo com o sindicato, 90% dos 833 trabalhadores presentes em assembleias rejeitaram a proposta das empresas de reajustar em 6% o vale-alimentação.
Sete dias de greve e muito prejuízo
A maior greve de ônibus do Real, a paralisação dos motoristas e cobradores entra no oitavo dia nesta quarta-feira e tem causado prejuízos na rotina de trabalhadores e empregadores. Durante o período, os passageiros tem enfrentado longas filas e demora nos veículos. De acordo com a Urbs, só nos cinco primeiros dias de paralisação na capital – quatro deles com greve parcial – cerca de 3 milhões de passageiros deixaram de viajar nos ônibus da cidade. Isso representaria uma perda de mais de R$ 5,8 milhões nesse período
As outras propostas tinham sido aceitas pela categoria, mas, sem o aumento do benefício pelo Setransp, o sindicato patronal, a negociação voltou à estaca zero. Com isso, os trabalhadores voltam à proposta inicial de15% de reajuste nos salários e vale-alimentação que passava de R$ 500 para R$ 977. “Os trabalhadores abriram mão do máximo para conseguir a conciliação, mas acabaram não sendo respeitados”, disse Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.
Depois da primeira audiência de conciliação no TRT, os trabalhadores reduziram o pedido de reajuste salarial para 10%, o vale-alimentação para R$ 630 e pediram um abono salarial de R$ 450. Estas condições deixaram de ter validade, segundo o sindicato.
O presidente do Setransp, Maurício Gulin, afirmou que a audiência foi desgastante, mas que o sindicato continuará em busca de uma solução. “Todo mundo tem que ceder”, disse. Gulin ainda pediu paciência dos passageiros enquanto o dissídio coletivo não se resolve. “Peço mais paciência da população. Estamos em busca de uma solução para que não seja preciso um novo aumento na tarifa”, afirmou.
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