A greve de ônibus foi descartada em Curitiba e Região Metropolitana na tarde desta segunda-feira (23). A decisão foi tomada após uma reunião entre a Urbs e o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) nesta tarde. A assessoria de imprensa do Sindimoc afirmou que há duas novas reuniões marcadas com a Urbs para discutir a questão, mas informou que a paralisação não irá ocorrer. Já a Urbs não confirma as novas reuniões.
Na manhã desta segunda-feira, 8,8 mil trabalhadores teriam aprovado o indicativo de greve, de acordo com o sindicato que representa motoristas e cobradores. O motivo do impasse seria a cobrança das multas por parte da Urbs, entre 2011 e 2012, e que seriam repassadas aos funcionários do transporte coletivo.
O Sindimoc afirma que o Setransp, sindicato patronal que representa as empresas do transporte coletivo, teria informado por meio de um ofício que o valor descontado dos funcionários seria de R$ 2,6 milhões. Esse valor seria referente às multas cobradas das empresas pela Urbs. Por meio de nota, a Urbs afirmou que, dos R$ 2,6 milhões em multas, R$ 58,8 mil são referentes a infrações que envolvem trabalhadores. O restante do valor diz respeito exclusivamente às empresas. A Urbs ainda informou que todas as multas que envolvem trabalhadores podem ser regularizadas por medidas saneadoras, quando as viações se comprometem a oferecer cursos de reciclagem aos funcionários que cometem infrações de trânsito. De acordo com a Urbs, 12 mil autos de infração foram saneados desde 2011.
Imbróglio
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, afirmou que deve cobrar das empresas do transporte um posicionamento em relação ao real valor das multas, já que há uma grande diferença entre os valores apresentados pela Urbs e pelo Setransp. “As nossas decisões e assembleias foram baseadas no ofício que a Setransp nos passou. Vamos ter que encontrar o denominador comum”, disse. De acordo com Teixeira, nenhum valor foi descontado dos trabalhadores até este momento, mas o Sindimoc quer posições mais claras das empresas em relação às medidas saneadoras que podem ser tomadas. “Precisamos deixar definidas as medidas que podem ser aplicadas para evitar aplicar a multa ao trabalhador”, afirmou.
Por meio de nota, o Setransp afirmou que as empresas entraram na Justiça contra a cobrança das multas e que tiveram uma liminar favorável, determinando que a Urbs suspensa os descontos e que apresente documentação informando a origem das multas cobradas. O sindicato afirmou também que aguarda o posicionamento oficial da Urbs sobre a questão.
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