Um grupo de 15 estudantes norte-americanos da Siena College, universidade localizada em Albany, capital do estado de Nova York, se surpreendeu com a greve dos professores paranaenses durante sua passagem de 14 dias por Curitiba. Eles fizeram parte de um intercâmbio cultural proposto pela FAE Centro Universitário e financiado pelo governo dos Estados Unidos. Os universitários deixaram a cidade no sábado (23) entusiasmados com a recepção brasileira, mas perplexos com as dificuldades dos professores em conseguirem aumento salarial no estado.
A chamada “Batalha do Centro Cívico”, no dia 29 de abril, e a marcha dos professores na terça-feira da semana passada viraram tema da aula de português do grupo. Os universitários conversaram com a reportagem no Motter Home Hostel, onde ficaram hospedados, na noite de quinta-feira (22), um dia antes de irem visitar a Ilha do Mel, no Litoral do estado. O professor de relações internacionais da Siena College Gregory Jabout, que acompanhou os jovens, contou que parte deles chegou a ver a marcha passar na terça-feira (19).
“Nas nossas conversas, os estudantes têm se mostrado surpresos com o quão baixos são os ganhos dos professores no Brasil, e com como uma marcha composta por professores poderia se tornar algo violento”, contou o professor. Sobre o dia 29 de abril, até agora não conseguiram compreender como os professores permaneceram “sob ataque por tanto tempo”. A ação da Polícia Militar na Praça Nossa Senhora de Salete durou cerca de uma hora e meia.
Os alunos, segundo Jabout, chegaram a comparar o episódio com os protestos de Baltimore, cidade do estado americano de Maryland. Lá, a população se rebelou contra a polícia após a morte de um jovem negro que estava sob custódia policial. O caso gerou protestos em várias regiões dos EUA. “Os professores deveriam receber um salário mais alto, porque são eles que mudam a vida das pessoas”, opinou a estudante norte-americana de Espanhol Stephanie Martinez, 21 anos.
De acordo com Jabout, além de conhecer a cultura nacional, a Siena College e o governo norte-americano propuseram esse intercâmbio para estreitar as relações internacionais entre os países, principalmente quando o tema for negócios. Por isso, o grupo passou por algumas empresas, como o Boticário e a Valor Brasil, buscando experiências sobre autossustentabilidade.
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