A greve dos trabalhadores dos Correios, que hoje completa três dias, deve atrasar a entrega diária de pelo menos 160 mil correspondências em Curitiba. O número corresponde a 20% das 800 mil cartas, documentos e encomendas distribuídos todos os dias na capital e equivale a quantidade que deixou de ser entregue no primeiro dia de paralisação, segundo a diretoria regional dos Correios no Paraná.

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A assessoria de imprensa dos Correios, entretanto, não cogita a possibilidade de aumentar o número de trabalhadores terceirizados. Até agora, foram contratados 280 funcionários para trabalhar em todo o estado. Para contornar transtornos maiores, a estratégia da diretoria regional é priorizar a entrega das correspondências emergenciais, como contas. As empresas de telefonia Brasil Telecom e GVT e a Copel até ontem não haviam registrado atraso na distribuição de suas faturas. Por enquanto, as companhias não pensam em adotar medidas alternativas para entregar as cobranças.

Mas a situação pode mudar. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom) entrou na tarde de ontem com uma ação para acabar com a contratação de temporários. Os Correios, por sua vez, esperam a liminar para garantir a entrada e saída de caminhões dos Centros de Distribuição Domiciliar. Tanto na capital quanto no interior do estado, a Polícia Federal foi acionada para intervir na liberação dos portões.

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Os serviços de entrega urgente – Sedex 10, Hoje, Mundi e Disque Coleta – continuaram suspensos ontem. Melhor para outras empresas do ramo que comemoraram ontem um aumento de até 50% no número de encomendas. De acordo com o gerente da Varilog, Pedro Suzala, foram necessárias duas viagens a mais até o aeroporto para dar conta da demanda. No depósito da TNT Express, o pessoal precisou fazer hora-extra.

Segundo o Sintcom, 90% dos funcionários já aderiram à greve em Curitiba e região metropolitana. No interior, a estimativa de paralisação é de 90% em Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Toledo, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá. Já os Correios dizem que a adesão na capital e região não ultrapassa os 25% e, em algumas unidades, apenas 10% dos trabalhadores cruzaram os braços. A diretoria regional também afirma que a entrega de correspondência é normal no interior do estado e que a greve não atingiu 10% de seus quadros de funcionários.

No restante do país, os principais serviços atingidos foram as atividades de transporte e distribuição. De acordo com os grevistas, 70% dos trabalhadores participam da greve. Os Correios rebatem e informam que a paralisação está em 11% e que só voltam a negociar o reajuste salarial se os funcionários retomarem o trabalho.