A greve dos médicos do Paraná afeta parte dos serviços de saúde em Curitiba nesta terça-feira (23). Na rede pública, principalmente, o impacto é sentido no número de remarcações procedimentos eletivos, que não tem caráter de urgência e emergência. A Secretaria Municipal de Saúde e os hospitais Cajuru, Evangélico e Hospital de Clínicas confirmaram que parte dos procedimentos agendados tiveram que ser adiados.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelas unidades de saúde da capital, nenhum posto teve o serviço de urgência e emergência afetado. Mais de 90% das unidades, segundo a Secretaria, atenderam normalmente. Como duas paralisações estão agendadas para a próxima semana, nos dias 30 e 31 deste mês, a recomendação da prefeitura é que o paciente, que tinha consulta ou exame marcado previamente, entre em contato com a Unidade de Saúde antes de se deslocar até o posto.
No Hospital Evangélico a situação é parecida, com atendimento normal nos procedimentos de alta complexidade, mas reduzido nos eletivos. A entidade confirmou, via assessoria de imprensa, que 90% dos procedimentos de ambulatório foram adiados. O hospital relata, contudo, que houve poucas reclamações de pacientes porque a maioria das consultas já havia sido remarcada com antecedência.
O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), informou que tinha 1,3 mil consultas agendadas para esta terça. Destas, 592 (45,5%) tiveram de ser agendadas por causa da paralisação.
A assessoria de imprensa do Hospital Cajuru relatou que a adesão à greve foi moderada. A maior parte dos profissionais que não aderiram ao movimento, de acordo com o hospital, conseguiram suprir a falta dos colegas. Mesmo assim, 546 consultas ambulatoriais e 9 procedimentos cirúrgicos eletivos tiveram que ser transferidos.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que não há qualquer atendimento afetado nos hospitais que estão sob responsabilidade da entidade. Em Curitiba, o Hospital do Trabalhador, conforme o órgão, funciona normalmente nesta terça (23). Rede privada tem impacto pequeno
Entre os planos de saúde, o impacto da paralisação dos médicos foi pequeno. A assessoria da Unimed informou que não sabe quantas consultas foram remarcadas porque os médicos são apenas associados, ou seja, cada profissional cuida da própria agenda. Eles confirmam, no entanto, que não houve reclamações dos pacientes diretamente à empresa.
Outras duas empresas, Amil e Clinipam, também garantiram que o atendimento aos clientes aconteceu normalmente nesta terça.
Manifestação
Às 17h, teve início no Centro de Curitiba um ato público, no cruzamento entre as Avenidas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto. O manifesto é organizado em conjunto pela Associação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina (CRM). Pela manhã e início da tarde, houve panfletagem pelos hospitais escola da cidade: HC, Evangélico, Cajuru e Hospital do Trabalhador. Curitiba tem pouco menos de 10 mil médicos atualmente.
Além desta terça, o Paraná também ficará com os serviços médicos interrompidos nos próximos dias 30 e 31 deste mês. A paralisação pontual nos três dias é uma recomendação da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), seguida pela coordenação regional. Os protestos se dirigem, principalmente, contra três posicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina; e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, o Revalida.
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