A greve geral por tempo interminado afeta 950 mil alunos em 2,1 mil escolas do estado| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

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Saúde confirma greve e policiais protestam no Litoral

Os servidores estaduais da saúde do Paraná vão cruzar os braços a partir da próxima quinta-feira (12). A decisão foi tomada numa assembleia realizada na manhã de sábado (7), em Guarapuava, na região Centro-Sul do estado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado (SindSaúde) do Paraná, ela é uma resposta ao pacote de austeridade enviado pelo governador Beto Richa (PSDB) para Assembleia Legislativa do Paraná, na última quarta-feira (04).

Policiais e bombeiros

Os policiais e bombeiros que estão trabalhando na Operação Verão, no litoral do Paraná, podem cruzar os braços em pleno carnaval. A informação foi divulgada na noite de sábado (7) em uma manifestação realizada na praia de Guaratuba que cobrava a falta de pagamento das diárias aos profissionais, que estão atrasadas desde a segunda quinzena de janeiro. A antecipação obrigatória do mês de fevereiro também não foi paga, mas o governo do Estado prometeu depositar R$ 3,2 milhões para os servidores na quinta-feira (12).

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Professores e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná começam nesta segunda-feira uma greve geral por tempo indeterminado. A paralisação, que foi aprovada por unanimidade em assembleia realizada no último sábado (7), em Guarapuava, afeta os 950 mil alunos das 2,1 mil escolas do estado.

De acordo com a APP-Sindicato, que representa a categoria, estudantes e pais que forem para a escola hoje serão recepcionados por professores e funcionários que explicarão os motivos da greve. "Vamos entregar também uma carta com nossas reivindicações aos alunos, mas não haverá aula", garante Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação do sindicato.

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Ontem, em entrevista à Gazeta do Povo, o secretário da educação do Paraná, Fernando Xavier Ferreira, admitiu que se os servidores "realmente fizerem greve, não haverá aula". A orientação, todavia, é que os pais levem os filhos para escola "contando que os professores compareçam", explicou o secretário.

Impasse

A crise na rede de ensino se arrasta há pelo menos duas semanas devido a medidas de austeridade determinadas pelo governo de estado. A gota d'água, que desencadeou a greve, foi o envio por parte do governador Beto Richa (PSDB) do chamado "pacotaço" à Assembleia Legislativa, na última quarta-feira. O projeto de lei prevê a extinção dos quinquênios e torna mais difícil a retirada de licenças (que passam a ser aprovadas diretamente pelo secretário de Educação). A medida também promoveu cortes no vale-transporte e muda as regras para a previdência dos servidores.

Segundo a APP-sindicato, o corte de 10 mil funcionários; o calote em parcelas do ano passado no fundo destinado à manutenção das escolas e compra de materiais; e o atraso no pagamento do terço de férias dos docentes e da rescisão dos 29 mil professores temporários que trabalharam na rede no ano passado também estão entre os motivos da greve.

Por enquanto, não há encontros agendados para superar a crise. Para tentar impedir a aprovação do "pacotaço", os professores devem levantar um acampamento em frente à Assembleia Legislativa nesta semana. Em sinal de protesto, os servidores da educação marcaram um ato às 9 horas de hoje em frente à Assembleia Legislativa, em Curitiba. Manifestações devem ocorrer também em outros municípios do estado. "Dirigentes e professores estão em contato com deputados para que votem contra o projeto de lei que tramita na Assembleia", explica o diretor do sindicato.

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Em nota, no sábado, a Secretaria da Educação lamentou a decisão pela greve dos professores e lembrou que, nos últimos quatro anos, a categoria recebeu 60% de reajuste salarial e a ampliação de 75% na hora-atividade, dois avanços históricos em vencimentos e benefícios.