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Escola Municipal Graciliano Ramos, no bairro Fazendinha, é uma das 34 unidades que ficaram totalmente fechadas na manhã desta sexta-feira (24) | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Escola Municipal Graciliano Ramos, no bairro Fazendinha, é uma das 34 unidades que ficaram totalmente fechadas na manhã desta sexta-feira (24)| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O quarto dia consecutivo de greve dos professores da rede municipal de ensino de Curitiba deixou, na manhã desta sexta-feira (24), pelo menos 34 mil alunos sem aula. Os dados são da prefeitura de Curitiba e abrangem estudantes de escolas total e parcialmente fechadas pelos grevistas. O número, informado durante a manhã, representa aproximadamente 33% dos 101 mil alunos matriculados em todos os turnos da rede. Pode haver nova variação durante a tarde.

Ainda segundo a prefeitura, 34 das 185 escolas do município seguiam fechadas. Outras 22 atendem parcialmente e a maioria – 129 – tem atividades normais. Um novo balanço de unidades impactadas pelo movimento será divulgado à tarde.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), o maior prejuízo da paralisação pesa sobre alunos que estudam nas instituições com 100% dos professores parados. Nas unidades em que atividades estão parcialmente suspensas, professores e pedagogos lotados no Núcleos Regionais de Educação (NRE) conseguem suprir a demanda dos docentes que faltam.

Um dos diretores do Sismmac, o sindicato dos professores do magistério municipal, Wagner Argenton, afirma que, de maneira geral, responsáveis pelos alunos têm apoiado o movimento da categoria. Ele sustenta que respostas positivas à mobilização têm vindo de várias maneiras, desde recados nas agendas dos estudantes até retornos em frente às escolas e nas redes sociais. “Pais e as mães, principalmente, têm nos incentivado porque o que queremos com as nossas reivindicações é aquilo que eles querem também. Eles também querem mais professores nas escolas e sabem que isso vai melhorar o ensino dos filhos. Além disso, os pais sabem que professor que estuda mais é melhor professor dentro de sala de aula”, argumenta o diretor.

A greve dos professores começou no dia 15 de março, foi suspensa na sexta-feira passada (17) e retomada nesta terça (21). A categoria reivindica implantação do plano de carreira e contratações para o setor - pelo menos mil novos professores. O número, conforme o sindicato, seria suficiente para preencher as vagas deixadas em aberto desde 2015 por causa de aposentadorias, exonerações e óbitos

Uma assembleia marcada para as 14 horas desta sexta na Praça Santos Andrade vai reavaliar o movimento. Os professores presentes no encontro irão votar se continuam ou terminam com a paralisação.

Audiência sem avanços

Nesta quinta (23), os docentes foram recebidos pela primeira vez pelo prefeito, desde o início da paralisação. O encontro, contudo, terminou sem entendimento entre as partes. Greca, que anunciou recentemente o envio de medidas de austeridade fiscal à Câmara de Curitiba, ponderou que, por causa do descontrole financeiro do município, a prioridade da gestão agora é “manter os salários em dia”.

Sobre o plano de carreira, o prefeito esclareceu que a administração anterior não deixou previsão orçamentária para arcar com os custos das medidas. A prefeitura estuda condições para tirar o plano do papel. Greca ressaltou ainda que a greve não poderá resultar em perda de conteúdos programados para os estudantes.

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