Os professores da rede pública estadual de ensino começam hoje uma greve por tempo indeterminado em todo o Paraná. A previsão do sindicato da categoria é de que as cerca de 2,1 mil escolas tenham o funcionamento afetado pelo movimento e que a maior parte delas fique sem aulas. A Secretaria de Estado da Educação (Seed), no entanto, determinou que "as escolas estaduais deverão ficar abertas para receber os alunos."
No caso de não haver aulas, a orientação da Seed aos pais é para que procurem os diretores das escolas para saber quando serão repostas as aulas. O órgão esclareceu, em nota, que para que as horas-aula sejam contabilizadas como cumpridas tanto pelos alunos quanto pelos professores , é necessário haver "condições de trabalhar de forma habitual, com presença de qualquer número de alunos."
A presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, disse que cada cidade terá uma programação de protestos. Em Curitiba, haverá concentração de professores da capital e da RMC no Centro Cívico, em um ato público que deve começar às 10 horas.
A sindicalista diz que o fator de maior peso na hora de os professores aprovarem a greve em assembleia foi o descumprimento pelo governo do estado de compromissos assumidos nas negociações no fim do ano passado. "Na nossa opinião, o governo interrompeu o processo de negociação e ele fornece explicações que não são as mesmas explicações que nós constatamos." Como exemplo do descontentamento a dirigente cita a não implementação da hora-atividade de 33% (tempo para professor preparar aulas e se dedicar a outras atividades ligadas à docência) e a inexistência de plano de saúde para a categoria.
Em nota, a Seed divulgou uma lista de quatro grandes pautas de negociação, envolvendo hora-atividade, salário, pagamento de promoções e concurso público. Em cada segmento há a previsão do impacto nos cofres públicos para a implementação da medida e o prazo de implementação. Não é citada no documento a questão dos planos de saúde. O governo rebate a reivindicação dos professores de que prazos não foram cumpridos, defendendo que o que não foi honrado está em fase de implementação ou tem prazo para ser executado.
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