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40 dias de paralisação

Greve dos professores federais: governo marca nova reunião em meio a conflito entre sindicatos

Representates da Proifes assina acordo de reajuste de professores federais com governo Lula. (Foto: Adalberto Marques/MGI)

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Apesar da ameaça do Executivo de encerrar as tratativas com os sindicatos que representam os professores das universidades e dos institutos federais, uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira (3). No último dia 27, a Proifes, federação de sindicatos que é uma das três entidades que está à frente da greve, acatou o acordo sugerido pelo governo Lula e causou oposição das outras duas organizações envolvidas.

O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) comemorou a nova agenda com o governo. "A vitória de hoje não foi pequena: o governo recuou do que seria uma cerimônia de assinatura organizada e agendou uma reunião para segunda-feira (03/06). Ainda que afirmem previamente que não vão ceder, eles já cederam ao agendar a nova rodada", afirmou a entidade em uma nota em seu site.

Entre as pautas da greve iniciada no dia 15 de abril, os professores pedem um reajuste total de 22,71% com primeira parcela de 7,06% já no segundo semestre de 2024. O acordo assinado pela Proifes é de um aumento de 12,5%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, além de reestruturação na progressão de carreira – outro ponto exigido pelas entidades.

Segundo a Proifes, o encontro marcado para o dia 3 não deve trazer novidades em relação ao reajuste salarial. Os representantes do Ministério da Gestão e Inovação de Serviços Públicos (MGI) devem apenas reapresentar a proposta rejeitada pela Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes) e pelo Sinasefe. Outros pontos da pauta levantada pela paralisação, como aumento dos orçamentos das instituições federais, devem ser discutidos.

Universidades ligadas à Proifes devem adotar posicionamentos distintos

A Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Instituto Federal de Sergipe (IFSE), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Universidade Federal de Jataí (UFJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSUL) e Academia da Força Aérea de Pirassununga (AFA) foram as federadas vinculadas à Proifes que optaram pelo fim da greve.

Algumas assembleias organizadas pelos sindicatos-bases da Proifes foram acirradas. Foi o caso da UFSC, a qual decidiu pelo fim da paralisação e a aceitação do acordo com 767 votos a favor e 717 contrários. No último plebiscito realizado pelos professores da Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN), no dia 24 de maio, 57% foram a favor da manutenção da greve e 45% preferiam aceitar a proposta do governo.

Apesar de filiados à Proifes, os professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) decidiram manter a paralisação no último dia 24. Já a UFG optou por encerrar a greve, embora também tenham optado por não aceitar a proposta de reajuste feita pela equipe de Lula.

Como as assembleias nas universidades foram realizadas antes do acordo firmado pela Proifes, ainda não é possível saber qual posicionamento será adotado por cada uma delas. As novas rodadas de deliberação nas instituições devem acontecer após a reunião com o governo, marcada para 3 de junho. Somente depois do levantamento de resultados locais é que será possível identificar os rumos que a greve deve tomar.

No quadro da greve levantado pela Andes, no último dia 27, consta que 61 instituições de ensino federais permanecem paradas. O número provavelmente é menor do que o divulgado pelo sindicato, visto que algumas assembleias optaram pelo fim da paralisação. É o caso da UFG, que apesar de constar na lista da Andes, informou oficialmente à reitoria sobre o retorno às atividades.

Andes e Sinafese criticam Proifes por assinar acordo

A Proifes explicou que, dos 11 sindicatos federados, sete foram favoráveis à aceitação do acordo com o governo petista. Por maioria, a federação decidiu assinar a proposta sugerida pelo Ministério da Gestão e Inovação de Serviços Públicos (MGI).

A Andes considerou a Proifes como “entidade sem registro e que não tem legitimidade”. Gustavo Seferian, presidente da Andes, afirmou que “o acordo assinado pela federação fantasma Proifes afronta as decisões das bases em greve do ANDES-SN - bem como da própria entidade burocrática”.

“O governo Lula começou a semana querendo destruir a nossa greve. A narrativa usada: a Proifes, entidade cartorial criada para trair a classe trabalhadora, assinou um acordo hoje (27/05) e com isso ‘não teríamos mais o que fazer’”, aponta nota do Sinafese.

Já o presidente da Proifes, Wellinton Duarte, informou por meio de uma nota de esclarecimento que "a estrutura federativa respeitou a decisão de suas bases e preservou os princípios federativos e, por conseguinte, a assinatura do Termo de Acordo, pelo PROIFES-Federação, obedeceu a todos os requisitos políticos necessários para a sua legitimidade".

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