Funcionários de quatro das seis linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em São Paulo, entraram em greve nesta quarta-feira (3) por aumento salarial. Segundo os sindicatos, a paralisação será de 24 horas.
Funcionamento das linhas
LINHA 7-RUBI - Funciona apenas entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Caieiras
LINHA 8-DIAMANTE - Funciona normalmente
LINHA 9-ESMERALDA - Funciona normalmente
LINHA 10-TURQUESA - Não funciona
LINHA 11-CORAL - Funciona entre as estações Guaianases e Luz
LINHA 12-SAFIRA - Não funciona
Com isso, as linhas 10-turquesa e 12-safira estão fechadas. As linhas 7-rubi e 11-coral funcionam parcialmente. Apenas as linhas 8-diamante e 9-esmeralda operaram normalmente.
Os usuários da linha 11-coral, que funciona parcialmente, tem como alternativa a linha 3-vermelha do Metrô e também ônibus. Contudo, em frente à estação há uma enorme fila para embarcar. À espera para entrar na estação chega a 15 minutos. A linha 11-coral não faz paradas e opera com maior tempo de intervalo.
Em assembleias feitas pelos sindicatos que representam trabalhadores das linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral e 12-safira foram descartadas as propostas de reajuste oferecidas pela empresa, controlada pelo governo estadual. Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda decidiram não aderir à paralisação. Mas eles também rejeitaram as propostas e mantiveram o estado de greve.
Em negociação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na tarde desta terça-feira (2), a CPTM fez duas propostas: a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e a segunda de aumento de 8,25% nos salários e benefícios. Os trabalhadores pedem 9,29%. A inflação acumulada desde o último reajuste, em maio de 2014, foi de 6,65%, segundo o IPC/Fipe.
Em nota, a CPTM diz considerar “irresponsável” a decisão de entrar em greve. “Embora respeite o direito de greve, a CPTM ressalta que a paralisação do sistema prejudicará quase 3 milhões de usuários” que utilizam diariamente a rede de trens. A empresa tem cerca de 8.800 funcionários nas seis linhas.
Decisão liminar (provisória) concedida na semana passada pelo vice-presidente judicial do TRT-2, desembargador Wilson Fernandes, determina que, em caso de greve, 90% dos maquinistas e 70% dos demais funcionários trabalhem nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e que 60% atuem nos demais períodos.
Apesar da paralisação, a CET (Companhia da Engenharia de Tráfego) informou que o rodízio não foi suspenso. Com isso, carros com placas final 5 e 6 não circulam no centro expandido de São Paulo, das 7h às 10h e das 17h às 20h.
Às 7h, o congestionamento na cidade era de 73km de lentidão -o que representa 8,4% dos 868 km monitorados. A média para o horário é de 7,4%. A pior região era a zona sul com 23 km de lentidão. Os motoristas que trafegam em direção ao cento pela Radial Leste encontram 2,2 km de morosidade, entre o viaduto Bresser e a rua Wandenkolk.
A SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo) informou que a CPTM não solicitou o Paese (plano de emergência), mas que reforçou as linhas de ônibus que circulam por ramais atendidos pelos trens da companhia na cidade.
Passageiros tiram fotos para provar atraso aos chefes
A tática é simples: levanta o celular, tira uma foto da fila de embarque e envia para o chefe. É prova de que, nesta quarta-feira (3), o atraso pode ser justificado: funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão em greve.
“Já mandei uma foto pra minha chefe. Ela olhou e falou: tá bom, sei que hoje está complicado”, conta a Josefa Andrade, 23, preparadora de documentos que deveria entrar às 7h40 no trabalho, na avenida Paulista.
Já são 7h20 e Josefa nem tentou embarcar em algum trem do metrô na estação Itaquera da linha 3-vermelha, para onde muitos dos passageiros da linhas da CPTM da zona leste buscam salvação.
Com o aumento do número de passageiros, a linha 3 do metrô, a mais superlotada da rede, ficou pior nesta manhã. Para passar na catraca, cerca de 20 minutos na fila -fora a espera nas plataformas. Os trens saem lotadissimos. O selfie da fila é a prova de que, hoje, “não está fácil.”
“Já liguei na empresa, mandei foto. Agora não sei se volto pra casa ou peço para alguém me buscar”, diz o encarregado de produção Nilton Bighi, 39, morador de Itaquera, de celular na mão. Ele entraria às 8h em seu trabalho na Saúde, zona sul. “Em dois anos de Itaquera, nunca vi isso. Que caos”.
“Não tem condições de ir”, reclama a doméstica Inês Neres, 40, que mora no Itaim Paulista e trabalha na Vila Mariana. Ela ainda não ligou para a patroa, mas já tira fotos da fila no smartphone. “Estou aqui esperando há 40 minutos. Não tem condições de embarcar desse jeito”, diz ela, que normalmente usa a linha 12-safira da CPTM, que hoje está parada.
“O metrô está normal. Mas vamos para aquela outra fila ali ao lado”, grita um funcionário do metrô, tentando deixar o caos um pouco mais organizado. Mas é difícil: a cada minuto, o terminal ao lado da estação Itaquera recebe um ônibus carregado de passageiros.
“Olha, quando o trem não quebra, tem greve”, desabafa a doméstica Inês, que resolve encarar a fila para não perder o dia de trabalho.
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