Manifestação
500 servidores protestam em frente ao Palácio das Araucárias
Fernanda Fraga, especial para a Gazeta do Povo
Cerca de 500 servidores públicos, filiados a 12 sindicatos, participaram ontem de uma manifestação em frente ao Palácio das Araucárias, em Curitiba. O número foi repassado pelos organizadores do protesto. Organizado pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES), o ato começou às 13 horas e, em seguida, representantes das entidades se reuniram com a Secretaria de Estado de Administração e Previdência (Seap). "Nós, servidores, decidimos que vamos continuar em alerta até que tenhamos resolvido todos os itens", afirma Marlei Fernandes de Carvalho, coordenadora-geral do FES e presidente da APP-Sindicato, que representa os trabalhadores da educação pública do Paraná.
Dentre as reivindicações, estão um novo modelo de atendimento à saúde dos servidores e o pagamento das progressões por tempo de serviço. No caso do magistério público estadual, as exigências são o pagamento das parcelas de implementação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), a renovação do plano de carreira dos funcionários de escola e um reajuste de 8,59%.
Professores das universidades estaduais do Paraná decidiram ontem entrar em greve até que o projeto de lei de reajuste salarial da categoria seja aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), sancionado pelo governo do estado e publicado no Diário Oficial. Os sindicatos pedem que o governo cumpra o acordo de equiparar o salário dos docentes com o dos técnico-administrativos com ensino superior que trabalham nessas instituições. A mobilização deve afetar os mais de 100 mil alunos da rede estadual de ensino superior.
As datas de deflagração da greve, decididas em assembleias sindicais realizadas ontem, são diferentes em cada universidade. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a greve começa hoje. Nas estaduais de Maringá (UEM), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Oeste do Paraná (Unioeste), a paralisação será feita a partir do dia 21. E o dia 3 de setembro é a data programada pelas universidades de Londrina (UEL) e do Norte do Paraná (Uenp).
"Como o governo não tem cumprido a sua palavra desde o ano passado, decidimos parar até que seja confirmada a proposta de reajuste de 31,73%, em quatro parcelas, até 2015, conforme acordamos em março", disse Jeaneth Stefaniak, presidente do Sinduepg, sindicato que reúne os professores da UEPG.
Em março deste ano, depois de um ano de negociações, o governo prometeu aos cinco sindicatos das universidades estaduais enviar à Alep a proposta de reajuste até 1.º de maio. Como a promessa não foi cumprida e a proposta só foi encaminhada nesta quarta-feira, após a ameaça de greve dos docentes, os sindicatos disseram ter perdido a confiança no governo e, em assembleias, decidiram manter a greve até o cumprimento do acordo.
Os sindicatos questionam ainda a justificativa dada pelo governo para a demora em resolver o problema. Segundo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alípio Leal, era preciso equacionar as contas do governo para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) o Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo extrapolou os gastos com pessoal neste ano.
Os sindicatos apontam, no entanto, que a categoria negocia com o governo há mais de um ano, tempo suficiente para que separasse os recursos prometidos. "O governo teve desde março de 2011, quando começamos a negociar, para reorganizar as suas contas. Por que então ele firmou um novo acordo com a categoria no início deste ano se não tinha como honrá-lo?", questiona Antonio Bosi, presidente da Adunioeste, sindicato dos professores da Unioeste.
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