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Vans escolares são autorizadas a suprir ausência de ônibus

Para minimizar os efeitos da greve, Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito (Cettrans) autorizou vans do transporte escolar a realizarem o transporte de passageiros dos bairros para a região central da cidade. Oito proprietários de vans fizeram o cadastro e estão autorizados a realizar o trabalho, mas deverão cobrar apenas a tarifa normal de R$ 2,50.

Segundo a autarquia, as vans terão liberdade de fazerem o itinerário que bem entenderem, sem necessidade de fazer a linha normal dos ônibus. Os coletivos, no entanto, precisam estar identificados com uma autorização oficial para realizar o transporte. "Foi uma alternativa para minimizar o problema", diz Larissa Boeing, encarregada do setor de transporte da Cettrans.

O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo em Cascavel (Sintracovel) cumpriu a ameaça de greve e na manhã desta sexta-feira (20) motoristas e cobradores iniciaram uma paralisação sem data para acabar. Toda a frota de ônibus das duas empresas que operam o sistema de transporte público ficou retida nos pátios. O presidente do sindicato, Nelson Mendes de Borba, disse que 30% da frota iria circular, mas alegou que as empresas não forneceram a planilha de horários e itinerários para que eles pudessem controlar a saída dos veículos.

Há mais de duas semanas a categoria iniciou as negociações com as duas empresas que exploram o serviço em Cascavel, mas não houve avanço. Inicialmente, os trabalhadores exigiam 17% de reposição salarial, baixaram o percentual para 10%, mas as empresas ofereceram 7%. O Sintracovel não abre mão da correção mínima de 10%. Eles também cobram aumento da cesta básica de R$ 100 para R$ 200, mas a empresa ofereceu R$ 120. O Sintracovel exige ainda a readmissão de dois trabalhadores demitidos após uma paralisação relâmpago de duas horas na semana passada.

Se por um lado a greve prejudica a população, quem não está reclamando são os mototaxistas que tiveram bastante serviço nas primeiras horas desta sexta-feira. Valdevino de Jesus Neles disse que logo na primeira corrida foi abordado quatro vezes nas ruas e em pontos de ônibus por pessoas que se deslocavam ao local de trabalho. "Aqui no nosso ponto somos quatro (mototaxistas) e todo mundo está correndo", diz.

As empresas Viação Capital e Pioneira classificaram, em nota, a paralisação como "inconsequente" e que vai trazer "incomensuráveis prejuízos às empresas da cidade e aos trabalhadores do comércio" em pleno período de festividades natalinas. Os trabalhadores estão concentrados em frente ao pátio das empresas, mas até o momento não há indícios de retomada das negociações.

A Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) se ofereceu para intermediar o impasse entre trabalhadores e as empresas. A Acic aposta no bom senso para se chegar a um acordo.

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