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hABILITAÇÃO

Greve suspende 550 exames de direção

Grevistas se manifestaram em frente ao Detran, na capital: testes terão de ser reagendados | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Grevistas se manifestaram em frente ao Detran, na capital: testes terão de ser reagendados (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Uma greve inédita prejudicou a vida de quem tinha exame prático de direção ontem, em Curitiba. Instrutores e demais funcionários de autoescolas se recusaram a trabalhar, insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial de 8% oferecida pelo Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Paraná.

Os profissionais reivindicam aumento de 30% na remuneração-base, que hoje é de R$ 667, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Autoescolas (Sintradesp). Dezenas de grevistas se posicionaram em frente da sede do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), no bairro Tarumã, enquanto o carro de som do Sintradesp chamava todos para a paralisação.

Com o piquete, quem chegava para fazer o teste de direção era impedido de sair com o carro da autoescola. De acordo com o Detran, dos 637 exames agendados para ontem, apenas 85 foram realizados. Presente no local para evitar confusão, a Polícia Militar intermediou um acordo entre os sindicatos no início da tarde, permitindo que alguns alunos fizessem o exame prático. Foram beneficiados aqueles cujo processo para tirar habilitação vence até 25 de julho. Quem não se encaixou nesse perfil vai ter de remarcar a prova.

É o caso de Norma Kolc­­­zycke, de 54 anos, cujo processo vence em dezembro. Ela era uma das alunas que estava na fila de liberação da guia para a prova. Norma evitou criticar a greve por achar importante que os instrutores busquem seus direitos, mas lamentou por não poder fazer o teste. "Eles estão certos. O ruim é que a gente se desgasta emocionalmente. Hoje [ontem] já estou nervosa e agora vou ter de esperar mais algum tempo para fazer a prova."

Para Angeli Pessaia Pe­reira, de 20 anos, esse tipo de greve acaba prejudicando só quem não deve. "Eles precisam encontrar outra forma de reivindicar os direitos. Meu processo vence em janeiro, mas a colega que veio comigo não vai poder fazer a prova, e o processo dela vence no dia 29 de julho. Um absurdo", reclamou.

Adesão

De acordo com o Sintra­desp, instrutores de Cascavel (Oeste do estado), Umuarama (Noroeste), Lapa e Colombo (ambas na Grande Curitiba) também aderiram ao movimento, mas os grevistas admitiram ontem que esperavam uma adesão maior no interior. "Tenho uma irmã que é instrutora em autoescola no interior e estava tudo normal. Lá eles têm medo de ser mandados embora, porque sobra instrutor. Já em Curitiba falta", disse Rosimery Rodrigues de Carvalho, 35 anos e instrutora há cinco.

Além dos 30% de aumento, o Sintradesp pede que as autoescolas implantem vale-alimentação de R$ 100. A presidente do sindicato, Arminda Martins, cobra também uma distinção de salário para o instrutor de acordo com a categoria de habilitação. "Hoje o instrutor que dá aula de caminhão ganha o mesmo que o de carro e moto." No caso dos instrutores de moto há, segundo ela, outro problema. "O Detran permite que um instrutor atenda três motos ao mesmo tempo durante a aula, mas ele só recebe o valor de uma delas."

Segundo ela, a paralisação é por tempo indeterminado e os protestos vão continuar. O advogado Fernando Martins da Silva, que representa as autoescolas, informou ontem que uma contraproposta seria feita para acabar com a paralisação.

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