Funcionários de hospitais particulares e filantrópicos de Curitiba e região metropolitana cruzaram os braços nesta terça-feira (7). Um dos reflexos da paralisação foi a suspensão das cirurgias eletivas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Sindipar) classificou a greve como abusiva.
O cancelamento das cirurgias ocorreu por causa do número reduzido de enfermeiros e auxiliares. Os médicos estão trabalhando normalmente. Também estão paralisados funcionários da área de limpeza e do setor administrativo.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Pequeno Príncipe, aproximadamente 30% dos 700 funcionários (210 colaboradores) do turno da manhã aderiram à paralisação. Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Curitiba, o índice era de 60%.
Funcionários do setor da UTI cardiológica do Pequeno Príncipe também faltaram, mas o atendimento não foi prejudicado porque colaboradores de outros setores foram remanejados.
Servidores que trabalham em hospitais públicos fazem parte de outro sindicato e não integram o movimento.
Outros hospitais
Nove dos 1,2 mil funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças paralisaram as atividades. No Hospital Evangélico, dos 3,5 mil funcionários, cerca 30 aderiram. Já no Hospital da Cruz Vermelha cerca de 20, dos 900 trabalhadores, cruzaram os braços. As informações foram divulgadas pelos hospitais.
Segundo o sindicato, a adesão à greve foi de 60% dos colaboradores nos hospitais Evangélico e Cruz Vermelha, e de 40% no Hospital Nossa Senhora das Graças.
Reivindicações
A categoria pede reajuste de 28% nos pisos salariais, reduções de jornada e novas contrações. O sindicato patronal manteve a proposta de 6,5% de reajuste para os funcionários não vinculados a piso salarial, aumento entre 8,5% e 11,2% nos pisos até janeiro de 2012 e de aumentar em 30% o valor do vale-alimentação.
O Sindipar divulgou nota afirmando que os trabalhadores estão descumprindo a legislação e não estariam mantendo os serviços essenciais. "Com o desabastecimento na assistência à população, a classe patronal pretende responsabilizar civil e criminalmente o sindicato obreiro, o Sindesc, em caso de possíveis consequências, o que inclui assistir judicialmente os pacientes e os hospitais que foram ou se sentiram lesados em seus direitos", afirmou a nota.