A segunda greve dos docentes e servidores das sete universidades estaduais do Paraná neste ano segue caminho semelhante à da mobilização dos professores das escolas da rede estadual. Os professores universitários e funcionários das instituições de ensino superior, ligados a 11 sindicatos, primeiro retomaram a paralisação no último dia 27 para pressionar o governo estadual a retirar o projeto de lei que traz mudanças ao fundo de previdência dos servidores. Depois, a mobilização ganhou novos contornos com a ação violenta da Polícia Militar no último dia 29 contra os professores e com a indefinição do governo estadual sobre a data-base do funcionalismo.
Os grevistas das universidades agora aguardam duas reuniões com o governo estadual para deliberar sobre os rumos da mobilização. A expectativa é sobre a reunião de terça-feira (12) pela manhã com a Secretaria de Administração e Previdência (Seap), para tratar da data-base, e sobre a reunião de quarta-feira (13) pela manhã, com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Os grevistas – cerca de 8 mil professores e 9 mil funcionários - querem ter o resultado destas duas reuniões antes de marcar assembleias.
Cerca de 105 mil alunos (considerando graduação e pós-graduação) estão matriculados nas setes universidades estaduais - Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Na UEL, as paralisações foram aprovadas primeiro entre os dias 27 e 30 de abril, quando estava prevista a votação do projeto de lei da previdência na Assembleia Legislativa do Paraná. Já na segunda-feira seguinte, em 4 de maio, os docentes deflagraram a greve, na esteira da violenta ação da PM contra a manifestação organizada pela APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual de ensino. Na terça-feira (5), a reunião entre o governo estadual e representantes do Fórum dos Servidores Estaduais deu novo gás à greve, devido à falta de uma proposta concreta do Executivo em relação ao índice de reajuste salarial da data-base.
“Se antes nós pedíamos a retirada do projeto de lei da previdência, agora a gente quer a revogação da lei (sancionada no último dia 30). Mas também queremos a punição de todos os responsáveis pelo massacre no Centro Cívico e a confirmação do pagamento da data-base, de maneira integral e com base na inflação do IPCA”, resume Nilson Magagnin, vice-presidente do Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região). Segundo ele, a greve conta com o apoio dos estudantes.
O vice-presidente do Sindiprol/Aduel reforça, contudo, que cada uma das sete universidades também tem pautas específicas para tratar com o Executivo. No caso da UEL, servidores cobram uma dívida de R$ 6 milhões, gerada no ano passado a partir de falhas nos repasses de custeio. “Na greve anterior, ficou decidido que seria aberta uma mesa de negociação para tratar dos repasses atrasados. Mas esperamos esse contato até o final de abril e ele não aconteceu”, alega Magagnin. A pauta individual deve ser debatida na reunião de quarta-feira (13) com a Seti.
De acordo com ele, o sindicato ligado à UEL ainda não foi notificado sobre a liminar assinada pelo desembargador Luiz Mateus de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná, logo no início das paralisações. Em seu despacho, o magistrado determina o fim da greve sob pena de multa diária de R$ 10 mil para cada uma das 11 entidades. Independente da notificação, Magagnin informa que um recurso contra a liminar já está sendo preparado.
A assessoria de imprensa da Seti confirmou que as atividades nas sete universidades estaduais estão paralisadas, mas reforçou que eventualmente podem existir cursos que não foram afetados pela greve. Para a Seti, não há pautas que justifiquem as paralisações.
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