A Polícia Militar (PM) reteve na manhã desta segunda-feira (9) um grupo de aproximadamente 100 metroviários dentro da estação Ana Rosa, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo. Os funcionários entraram no local para tentar convencer outros trabalhadores a aderirem à paralisação.
Por volta das 6 horas, um trem ocupado por policiais da Força Tática parou na estação e os policiais se juntaram à Tropa de Choque para manter os grevistas no local. Testemunhas dizem ter ouvido o disparo de pelo menos uma bomba de efeito moral.
Não há informações sobre prisões e feridos. Por volta das 7h, 85 grevistas foram liberados. Os demais continuam retidos no local. "Qualquer pessoa detida tem direito à presença de um advogado. Até esse direito eles estão negando", disse o advogado Henrique Costa.
Bloqueio
Do lado de fora, manifestantes fizeram uma barricada e queimaram madeira e outros objetos na rua Vergueiro. Passageiros já começam a se aglomerar ao redor da estação a espera da abertura do local.
A Tropa de Choque usou bombas de gás e efeito moral para dispersar o protesto. Houve correria entre os carros que estavam parados em um congestionamento na rua Vergueiro.
Cecilia Moraes levava o filho na escola quando bateu o carro, após a confusão no entorno da estação Ana Rosa. Ela subia a rua Machado de Assis quando, segundo ela, o carro em frente parou.
"Vinha numa boa conversando com meu filho, o Monza se assustou e brecou. Não sei nem o que eu faço. A sensação é péssima, não por mim, mas pelo meu filho. A sensação é que você está abandonada", desabafou ela.
O libanês Paulo Chafurd, 53, também ficou preso no congestionamento e se assustou com a ação do Choque. "Já estou acostumado com o Brasil. Isso aqui não muda", diz ele, que mora no Brasil há 23 anos.
Segundo o Metrô, a linha 1-azul começou a operar às 6h20, entre as estações Paraíso e Luz. No mesmo horário, a linha 2-verde passou a funcionar no trecho entre Paraíso e Clínicas.
A linha linha 3-vermelha funciona desde às 5h30 entre Bresser-Mooca e Santa Cecília. A linha 5-lilás funciona sem restrições. A linha 4-amarela, operada pela iniciativa privada, também funciona normalmente.
A greve
Apesar de decisão da Justiça considerando a greve abusiva, os metroviários de SP decidiram em assembleia neste domingo (8) continuar a greve iniciada na quinta-feira (5).
Neste domingo, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho também determinaram que o reajuste salarial dos trabalhadores deverá ser de 8,7%, índice oferecido pelo Metrô. Os metroviários pediam 12,2%.
O TRT determinou ainda uma multa de R$ 500 mil para cada novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao julgamento.
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