As universitárias Juliana Uehara, 25 anos, e Maysa Kozloski, 21, circularam pelo centro da cidade à procura do gel em supermercados e farmácias, mas nada encontraram. "Em uma farmácia disseram que talvez chegue álcool hoje (quinta-feira) à tarde, mas vai estar caro. Uns R$ 13 reais", diz Maysa.
"Está faltando em todo lugar", confirma o pipoqueiro Valdir Novaki. Ele lembra que, antes de se falar em "gripe suína", já fazia questão de utilizar o produto para desinfetar as mãos, consumindo dois frascos de álcool por semana. Com a ameaça da gripe, o consumo aumentou para um frasco por dia. "Antes era quase só eu que usava. Agora, todos os meus clientes querem usar também."
Preços
Em vários supermercados da cidade o estoque de álcool gel está em falta desde a segunda-feira. "Nossos fornecedores não conseguem atender a demanda", diz Júlio César Almeida, gestor da área de limpeza do Festval. Segundo ele, antes da ameaça da gripe A, o supermercado vendia, por mês, cerca de 150 unidades de uma marca de álcool gel. Recentemente, foram vendidas 240 unidades em um dia.
O responsável pelo estoque do Muffato, Jairo Miguel, prevê a volta do produto às gôndolas a partir de sábado. Ele afirma que os preços nesse supermercado não vão subir, permanecendo na faixa de R$2,70.
O pipoqueiro Valdir Novaki, porém, acha difícil que a maioria dos supermercados mantenha os valores. "Eu comprava, no atacado, por cerca de R$ 3 o frasco de um litro. No mercado perto de casa, esses dias encontrei a R$ 4,30."
Eficácia
Das várias concentrações alcoólicas disponíveis no mercado - a porcentagem varia normalmente entre 92% e 42% -, o álcool 70% é único capaz de matar bactérias e vírus, como o A H1N1.
Este álcool é eficaz tanto na versão líquida como em gel, apesar de que, nesta última, a ação do produto não resseca a pele e é mais prolongada, explica o médico Alceu Fontana Pacheco, presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todo o álcool gel que promete ter ação anti-séptica deve ter concentração de 70% e contar com registro na Anvisa.
Para quem ainda não adquiriu suprimentos de álcool 70%, o infectologista Alceu Fontana Pacheco avisa que o uso de água e sabão é tão bom quanto. "Você mata os vírus e ainda remove as sujeiras que o álcool não tira."
Quem fica em ambientes com grande circulação de pessoas deve então lavar as mãos ou passar álcool constantemente, aconselha o médico. Aumento da produção
O proprietário de uma empresa de produtos cosméticos e de limpeza afirma que reduziu a sua produção de sabonete líquido para aumentar a produção de álcool gel. "De 700 litros ao dia, passamos a produzir 2.100", diz Pedro Paulo Pires.
Com sede em Colombo, sua empresa atende Curitiba, interior do Paraná e algumas cidades paulistas. Recebendo pedidos diários de novos clientes, Pires afirma que toda a sua produção já está distribuída, e que, para atender a todos, precisa fornecer quantidades menores às solicitadas. "Mesmo com essa forte demanda, não aumentamos nossos preços. Procuramos atender todo mundo, sem nos aproveitar da situação. Mas é claro que, no final, obtemos bastante lucro."