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Caminhada

Grito da Terra empunha bandeira por mais atenção

O Grito da Terra, marcha estadual promovida por trabalhadores rurais, vai tomar algumas das principais ruas do Centro de Curitiba hoje para reivindicar melhorias no campo, em vários setores: agrícola, agrário, trabalho, meio ambiente, saúde, educação e habitação. São esperados cerca de 1,5 mil pessoas na caminhada, oriundas de todas as regiões do interior do Paraná. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), os trabalhadores chegam à capital por volta das 6 horas. A concentração será na Praça 29 de Março, no bairro Mercês.

A caminhada vai começar às 9 horas na Rua Fernando Moreira e passar pelo centro de Curitiba, cortando duas vezes a Rua XV de Novembro, rumo à Praça Tiradentes e o Palácio Iguaçu (veja mapa). A Polícia Militar vai desviar o trânsito de veículos no roteiro da marcha. Os participantes devem chegar ao Centro Cívico por volta das 10h30.

De acordo com Ademir Mueller, presidente da Fetaep, a agricultura familiar vive um momento difícil, com muitos problemas, principalmente por causa da estiagem, pelo terceiro ano consecutivo. "O plano safra já está sendo divulgado e falta chuva para colocar a semente na terra", disse.

Ele explicou que o alvo da caminhada é o governo do estado, com alguns pedidos pontuais para o governo federal. "Entregamos a pauta há vinte dias. Queremos a contratação de 500 técnicos para a Emater e o aumento de recursos do Fundo de Aval (garantia do governo do estado a empréstimos bancários feitos pelo agricultor pobre) e ampliação dos beneficiários, além da criação de um programa de casa própria para a agricultura familiar", afirmou.

A pauta do Grito da Terra prevê a discussão de vários temas, como reforma agrária e mais recursos para o campo, além da criação de programas de habitação rural, mais escolas, medicamentos e fiscalização do trabalho informal, entre outros assuntos. A cobrança ao governo estadual será feita para o governador Roberto Requião, em audiência no Palácio Iguaçu, às 11 horas. Para o governo federal, os pedidos serão entregues em reuniões no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e na DRT (Delegacia Regional do Trabalho), a partir das 14 horas, com grupos alternados de trabalhadores e representantes dos órgãos. A volta dos participantes da 12.ª edição do Grito da Terra para o interior está prevista para as 18 horas.

O Grito da Terra é a maior mobilização de massa organizada desde 1995 pelo Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A manifestação ocorre duas vezes por ano: a nacional e as estaduais. A etapa nacional foi no último mês de maio, em Brasília, com a participação de 4 mil trabalhadores rurais e dirigentes sindicais de todo o país, incluindo uma caravana paranaense formada por cerca de 120 pessoas.

O grito é coordenado pela Fetaep, que congrega 295 sindicatos de trabalhadores rurais filiados e representa 1,2 milhão de profissionais do campo: 420 mil assalariados e 780 mil agricultores familiares.

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