• Carregando...

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem, em Curitiba, três mulheres acusadas de estelionato, dentro da operação denominada Felina. Elas são acusadas de utilizar documentos falsos, a maioria de pessoas já falecidas, para aplicar golpes contra empresas e bancos do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A polícia ainda não sabe há quanto tempo elas agiam, nem o valor resultante dos crimes, mas estima que cada carteira de identidade falsificada tenha rendido entre R$ 30 mil e R$100 mil. O esquema só foi descoberto depois que a quadrilha resolveu lesar uma pessoa ainda viva, que fez a denúncia.

O grupo era encabeçado por uma advogada, uma dentista e uma estudante de direito. Elas foram presas em casa, depois de decretadas as prisões preventivas. Outras três pessoas, suspeitas de auxiliarem as golpistas e receptarem produtos ilegais, também estão sendo investigadas. Na residência das acusadas a polícia apreendeu uma grande quantidade de documentos, cinco automóveis, móveis e aparelhos eletrônicos.

Segundo os policiais, os golpes aplicados por Regina de Macedo Coelho, 54 anos (apontada como a líder do grupo), Ivone Adelina Cavalca, 47, e Andrea Goulart Alves, 36, começavam no cemitério. Lá, elas verificavam as lápides atrás de fisionomias parecidas com as suas. Com nome e data de nascimento do morto, iam até o cartório e pediam a segunda via da certidão de nascimento da pessoa. Depois, pediam a segunda via dos demais documentos. De posse de carteira de identidade e de CPF falsos, a quadrilha abria contas em bancos, adquiria cartões de crédito frios e fazia crediários em lojas.

Nomes "quentes"

"Elas esquentavam os nomes e adquiriam créditos. Faziam aquisições com pagamento parcelado e pagavam apenas a primeira prestação", conta o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jaber Saadi. Notas de falecimento publicadas nos jornais e até mesmo matérias que relatavam mortes também eram utilizadas para levantar nomes. Elas conseguiram até uma carteira do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR).

A facilidade para a retirada da segunda via da certidão de nascimento colaborou para os golpes. Para retirar o documento é necessário apenas apresentar o nome e a data de nascimento da pessoa e pagar uma taxa de R$ 20.

Por enquanto, a polícia sabe que pelo menos 21 carteiras de identidade foram falsificadas. "Cada documento podia render até R$100 mil", afirma Jaber Saadi. De acordo com ele, as três mulheres podem ser condenadas a até 20 anos de prisão. Informações sobre pessoas físicas ou jurídicas prejudicadas pela quadrilha podem ser feitas na sede da Polícia Federal, em Curitiba, (rua Ubaldino do Amaral 321, Alto da Glória), ou por meio do Disque Denúncia da PF, no telefone (41) 3360-7500.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]