Especialistas em febre amarela retomaram uma discussão que causou polêmica no início dos anos 90: a recomendação da vacina contra a doença para todas as crianças.
Segundo alguns dos principais pesquisadores da febre amarela, a expansão da imunização para crianças de todos os Estados melhoraria a prevenção e evitaria que pessoas recebessem a primeira dose na idade adulta (situação em que são registrados mais efeitos adversos), além de diminuir a necessidade de grandes campanhas de massa, que exigem uso dos estoques de uma só vez e trazem maior risco de uso indevido da vacina. A discussão deverá ser aprofundada em 2009, no comitê assessor de imunizações do Ministério da Saúde.
Hoje a imunização contra a febre amarela é rotina para crianças a partir de 9 meses em 12 Unidades da Federação onde a doença é endêmica (AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF) e em alguns municípios de áreas de transição e de risco potencial.
O presidente do conselho de secretários estaduais da Saúde, Osmar Terra, informou que o assunto será discutido no órgão. Para outros especialistas, no entanto, não haveria justificativa para submeter todas as crianças ao risco de ter reações à imunização, isto apesar de a possibilidade de problemas ser rara. A vacina é feita com vírus vivo atenuado e pode causar de reações leves a raros eventos graves.
Entre dezembro de 2007 e julho deste ano, na última emergência de saúde pública causada pela circulação do vírus, o País registrou 45 casos de febre amarela, com 25 óbitos decorrentes da doença. Calcula-se ainda 1 morte por reação a cada 1 milhão de doses aplicadas. Houve depois expansão da área de recomendação de vacina no RS, SP e MG.
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