londrina Um grupo de 12 universitários ocupou terça-feira à noite a Casa do Estudante no câmpus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) reivindicando mais vagas gratuitas de moradia estudantil. A unidade foi entregue ano passado, no fim da gestão da ex-reitora Lygia Pupatto, mas não pôde receber moradores por irregularidades na obra.
Parte do grupo pulou os tapumes que isolam o prédio e quebrou o cadeado da porta principal. Ontem, eles permitiram aos jornalistas entrar apenas no térreo do prédio, mas o acesso à parte interna não foi autorizado.
Quatro rapazes que conversaram com a reportagem não quiseram se identificar, não mostraram os rostos e não informaram em quais cursos estudam. Um deles afirma que os ocupantes da casa foram excluídos do processo de seleção para moradia gratuita. Atualmente, a UEL acomoda 118 estudantes em um antigo hotel no centro, com custos mensais de R$ 18,5 mil.
O grupo defende a participação dos estudantes na elaboração dos critérios e do processo de seleção. Questionam, por exemplo, um item do Regimento Interno da Casa que impede universitários reprovados por falta de permanecer em moradia gratuita ou de pleiteá-la. "Somos vulneráveis, não temos sequer dinheiro para chegar ao câmpus de ônibus. É por isso que faltamos nas aulas", justificou um deles.
O Conselho de Administração (CA) da UEL decidiu formar uma comissão com dois estudantes, um professor e um funcionário do Sebec, órgão que controla a seleção para a moradia gratuita, para estudar propostas e acomodar mais estudantes na casa improvisada no Centro da cidade. Os 12 universitários que tiveram pedidos de ingresso rejeitados pela UEL cinco deles porque reprovaram por faltas também poderão recorrer ao CA.
O vice-reitor César Caggiano considera que a entrada forçada na Casa do Estudante "é uma invasão de patrimônio público" e que, por isso, não pode atender à reivindicação de que a energia elétrica do local seja ligada. "Não há como ligarmos a luz. A casa não está pronta". "Mas a reivindicação deles é justa e não está nos nossos planos puni-los", reforça o vice-reitor.