Cena da peça "A Descoberta das Américas"| Foto: Divulgação/Diego Pisanti

londrina – Um grupo de 12 universitários ocupou terça-feira à noite a Casa do Estudante no câmpus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) reivindicando mais vagas gratuitas de moradia estudantil. A unidade foi entregue ano passado, no fim da gestão da ex-reitora Lygia Pupatto, mas não pôde receber moradores por irregularidades na obra.

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Parte do grupo pulou os tapumes que isolam o prédio e quebrou o cadeado da porta principal. Ontem, eles permitiram aos jornalistas entrar apenas no térreo do prédio, mas o acesso à parte interna não foi autorizado.

Quatro rapazes que conversaram com a reportagem não quiseram se identificar, não mostraram os rostos e não informaram em quais cursos estudam. Um deles afirma que os ocupantes da casa foram excluídos do processo de seleção para moradia gratuita. Atualmente, a UEL acomoda 118 estudantes em um antigo hotel no centro, com custos mensais de R$ 18,5 mil.

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O grupo defende a participação dos estudantes na elaboração dos critérios e do processo de seleção. Questionam, por exemplo, um item do Regimento Interno da Casa que impede universitários reprovados por falta de permanecer em moradia gratuita ou de pleiteá-la. "Somos vulneráveis, não temos sequer dinheiro para chegar ao câmpus de ônibus. É por isso que faltamos nas aulas", justificou um deles.

O Conselho de Administração (CA) da UEL decidiu formar uma comissão com dois estudantes, um professor e um funcionário do Sebec, órgão que controla a seleção para a moradia gratuita, para estudar propostas e acomodar mais estudantes na casa improvisada no Centro da cidade. Os 12 universitários que tiveram pedidos de ingresso rejeitados pela UEL – cinco deles porque reprovaram por faltas – também poderão recorrer ao CA.

O vice-reitor César Caggiano considera que a entrada forçada na Casa do Estudante "é uma invasão de patrimônio público" e que, por isso, não pode atender à reivindicação de que a energia elétrica do local seja ligada. "Não há como ligarmos a luz. A casa não está pronta". "Mas a reivindicação deles é justa e não está nos nossos planos puni-los", reforça o vice-reitor.